revolver

Não tenho armas de fogo e, se tivesse, com certeza já teria matado uns tantos quantos, principalmente no trânsito.

Bem antes do Estatuto do Desarmamento (2003), me envolvi em um pequeno incidente no trânsito. O outro motorista desceu do seu automóvel e, sem mais nem menos, apontou um revolver em minha direção.

Ele havia me fechado e eu apontei, pela janela, o pai de todos para ele. Coisa simples, corriqueira até. Mas ele fez questão de parar e de apontar o revolver.

O detalhe mais importante é que eram sete horas da manhã e eu estava indo para o trabalho. Provavelmente ele estivesse saindo da noitada.

Depois desse episódio e sabendo que eu seria capaz de fazer o que ele fez, passei a defender a proibição do porte de arma, conforme Estatuto posteriormente aprovado.

Com o passar desses mais de dez anos, mais convicto fiquei da minha decisão. Portar uma arma não fez diminuir a criminalidade. Raras devem ser as exceções de pessoas que conseguiram evitar algum crime contra si por estarem armadas.

Os relatos que ouço são todos no sentido de que o melhor foi não terem uma arma à mão, pois poderiam transformar um crime em outro bem pior. Para si. A precaução deve ser, sempre, a melhor defesa. Evitar, tanto quanto possível, colocar-se em situações de risco.

Mas não é o que pensa a bancada da bala no Congresso Nacional. Capitaneada pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC), que apresentou o Projeto de Lei 3722/2012, a bancada pretende revogar o Estatuto do Desarmamento.

Sabemos quem financia campanhas políticas. E não o faz pelo amor à pátria. A bancada da bala deve favores e tudo fará para honrá-los. Tudo se resume, no fundo, ao faturamento da indústria de armas.

O resto é bobagem.

Link para o texto do PL aqui.

*Verso da música do Geraldo Vandré, “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoNão tenho armas de fogo e, se tivesse, com certeza já teria matado uns tantos quantos, principalmente no trânsito. Bem antes do Estatuto do Desarmamento (2003), me envolvi em um pequeno incidente no trânsito. O outro motorista desceu do seu automóvel e, sem mais nem menos, apontou um revolver em...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!