Qual é o meu limite?
O conceito de “desenvolvimento sustentável” tornou-se mundialmente conhecido por obra e graça de Gro Harlem Brundtland – no relatório “Nosso Futuro Comum (Our Common Future, 1987) – onde se dizia ser necessário um desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
O conceito foi definitivamente incorporado ao jargão mundial na ECO92 (Rio de Janeiro) e dele derivou a tão famosa, e tão menos ainda aplicada, “Agenda 21“. Nos anos que se seguiram à Conferência do Rio, o conceito foi criticado por correntes de pensamento dos mais diversos matizes. Defensores e detratores até hoje não se entendem.
No fundo, o conceito trazia – e ainda traz, como pano de fundo – a idéia de limite. Qual o nosso limite, hoje, que permite às gerações futuras estabelecerem, também, seus próprios limites? Ou, dito de outra forma, que direito tenho hoje de estabelecer o limite que as gerações futuras poderão ter? Quem me deu esse direito? Deus? A Lei? Minha consciência?
Qual é o meu limite? Até onde estou disposto a abrir mão daquilo que o desenvolvimento econômico pode me dar, para deixar que as gereções futuras decidam a mesma coisa?
Talvez estejamos abordando a questão do meio ambiente pelo lado errado. Descobrimos, todos os dias, novas formas de continuar o desenvolvimento, desde que seja ambientalmente bom. Desenvolvemos automóveis que não poluem, mas não mudamos o hábito de andar de automóvel. O problema da escassez permanece e algum dia se fará notar. Mas será que estou disposto a limitar meu conforto e parar de andar de automóvel?
Questionamos o desenvolvimento, mas não questionamos nossos limites. E é por que, no fundo, não queremos questionar nossos valores.
https://www.escosteguy.net/qual_e_o_meu_limite/Faça a sua partePara pensarO conceito de 'desenvolvimento sustentável' tornou-se mundialmente conhecido por obra e graça de Gro Harlem Brundtland - no relatório 'Nosso Futuro Comum (Our Common Future, 1987) - onde se dizia ser necessário um desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy
Excelente post Afonso!Acho q o ser humano ainda nao atingiu maturidade pra pensar sobre isso e por isso estamos vivendo um momento como esse. É complicado pedir para as pessoas comuns abdicarem de seus carros enqto os muito ricos nao abdicarao de seus helicopteros. O ritmo é lento infelizmente…
é muito difícil convencer alguém a mudar. Cada um precisa rever seus valores, sim, no entanto, é como você diz, continuamos com os mesmos hábitos, só que “conscientes”, continuamos usando eletricidade, diminuímos o consumo, mas não abrimos mão dela. O mesmo em relação ao carro, opto por um modelo econômico, mas não fico a pé. O trabalho de formiguinha é demorado e cansativo. Atitudes radicais são mais difíceis ainda, como cortar os itens acima, parar de comer carne, usar só produtos ecologicamente corretos, etc.No dia a dia vejo a relutância das pessoas para reverem seus hábitos. Refiro-me aos mais simples.A gente não pode é desistir.abraço, garoto
Afonso, é isso aí. Eu sempre penso que, para alguma coisa mudar de verdade, nós precisamos abrir mão de certas coisas. Traduzindo o meu pensamento com base na tua reflexão, o que precisamos é impor limites a nós mesmos.O cara lá do NY (No Impact Man) fez isso mesmo: impôs um monte de limites à vida da família e está descobrindo algumas maravilhas simples que, caso contrário, jamais teria (re)descoberto. É um barato ele contando sobre o dia em que saiu para ver vaga-lumes com a filha de dois anos. Como eles não têm eletricidade, não dá para se acomodarem em casa e ficarem vendo TV. Então foram ver os vaga-lumes. Num determinado momento, a menina olha para ele e diz: “Papai, eu estão tão FELIZ!” E ele conclui: jamais ouviria isso dela se estivessem em casa na frente da TV.É pra pensar mesmo. Porque nossos hábitos estão nos fazendo deixar de viver a vida.(Tava sentindo falta do post de sexta-feira, ah, bem!)