Palavra do Dia: #13/20232 – Hypocrisis
XIII – I – III EL
Décimo Terceiro Dia do Primeiro Ano da Terceira Era Lula
Hipocrisia. “ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.”
Estamos diante de um raro e excepcional caso de hipocrisia. A pessoa que ocupava, até recentemente, o cargo máximo da República, jactava-se de nunca ter feito gastos pessoais com o cartão corpartivo. “O meu cartão, que eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar em tubaína com coca-cola, nunca tirei um centavo”, disse o ex-ocupante do Palácio do Planalto (aqui)
Antes, um breve parêntesis: ato continuo à divulgação dos gastos realizados com o cartão corporativo da presidência, “analistas” foram rápidos em apontar que tanto o ex-presidente Lula e a ex-presidenta Dilma gastaram, em seus governosm, muito mais que o ex-presidente do período 2019-2022.
Devo dizer, a bem da verdade e para salvar a matemática da burrice, que não só gastaram mais, como muito, mas muito mais.
Pela conta, da forma como foi apresentada, totalizando o período do governo, Lula gastou 1,81 vezes mais que o recente ex-presidente (59 mi / 32,6 mi = 1,81). Burrice dos que tentar livrar a cara daquele que se encontra em paragens norte-americanas.
Se tivessem pego ano a ano, veriam que, por exemplo, no primeiro ano de mandato Lula gastou 4,12 vezes mais que o fujão (a conta é feita como deve ser feita, isto é, comparando em relação a algum índice de cada época e não por correção da inflação(1)). No segundo, 3,59 vezes. E assim por diante. Calculadas ano a ano e comparadas, veremos que Lula sempre gastou muito, mas muito mais.
Fecha o parêntesis.
Tecnicamente, o decreto do cartão corporativo – oficialmente “Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF” – Decreto 5.355, de 25/01/2005 (Lula alterou o decreto original editado por FHC), não define depesas permitidas e não permitidas.
Ou seja, pode-se perfeitamente “comprar comida para 50 emas” (conforme o próprio afirmou, mesmo link acima) ou gastar R$8,6 mil em sorvetes ou, ainda, pagar, no dia 26 de outubro de 2021, R$109 mil em um restaurante que serve marmita a R$20,00 no centro de Boa Vista, em Roraima. (Aqui uma relação por “centro de custo”). Supondo que tenha pago apenas marmitas para sua comitiva, a matemática nos permite calcular que a comitiva era formada por nada menos que 5.450 pesoas.
Ok, ninguém vai a Boa Vista para comer marmita de vinte paus. Que tenha sido cem reais o prato. Afinal, eram “funcionários da presidência”, mereciam mais. Em uma sociedade meritocrática como a nossa, governantes e seus asseclas merecem mais. Não importa, ainda assim seriam 1.090 pessoas na comitiva.
Divago, ok. Voltando a hypocrisis, dele e dos que prontamente apontaram que Lula e Dilma gastaram mais.
Sim, a começar que Lula, principalmente, e Dilma, fizeram dezenas a mais de viagens internacionais, coisa que “o coiso” pouco fez. E não fez mais por não ser bem-quisto na maioria dos países. E não passavam férias em hotel de luxo em Guarujá, como era frequente – e toda a comitiva – ao senhor com medo de ser preso.
E menos ainda faziam motociatas com combustível pago pelo governo (leia-se “pelo povo”). Menos ainda não, nunca fizeram.
A Presidência da República é uma Instituição (sim, com maiúscula) que merece respeito. Seus ex-ocupantes também. Desde que, é claro, se deem o respeito. Não é o caso desse senhor que diz, publicamente, não ter usado um centavo sequer do seu limite de R$25 mil do cartão pessoal.
Nem precisava, fez a lambança que fez com outros.
Hipócrita é palavra mínima que se pode usar para definir o caráter desse cidadão. Imprestável estaria a meio plano. Teríamos que criar novo dicionário para palavras que o definissem no máximo plano. E a todos que o dendem, claro!
Por sorte, a história se encarregará desse feito.
(1) Traduzo: divida-se o gasto de um ano pelo salário mínino desse ano. A despesa de 2003 versus o SM de 2003; a despesa de 2019 versus o SM de 2019. Divida-se o resultado de cada operação. No caso, Lula, em 2003, gastou R$5.327.599,63 e o SM era de R$240,00, o que dá um gasto de 22.198,33/SM. Já no caso do ex-ocupante fujão, ele gastou, em 2019, R$5.382.478,10 e como o SM era de R$998,00, o resultado é que gastou 5.393,26/SM. Dividindo-se os dois índice obtemos quantas vezes mais Lula gastou, ou seja, 4,12.
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