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… o maior amor é a infância.

É o menor período da vida. Do início da consciência de que existe um mundo “lá fora”, até os dez ou doze anos, não são mais que seis ou sete para serem aproveitados. Quiçá oito, para alguns.

E é na infância que tudo se forma. O que vem depois ou é mero complemento ou mero aperfeiçoamento. Para o bem ou para o mal.

Não existe uma infância melhor que a outra. Cada época tem a infância possível. Dizemos, com frequência, que a infância de hoje é pior do que a nossa, pois as crianças de hoje não podem mais brincar na rua, não sobem em árvores, que “Os Flintstones” e “Os Jetsons” eram desenhos melhores que os de hoje, que a tecnologia acabou com a infância, e por aí vai…

Descobrir o mundo sempre será a descoberta do mundo tal qual ele existe quando o descobrimos e não um mundo passado. E descobrir significa ver o futuro, significa maravilhar-se com o que virá da nossa descoberta.

E o futuro costuma acabar justamente quando acaba a infância. Ao término da infância perdemos a inocência. Não é assim que dizem?

Para a maioria das pessoas, o resto da vida torna-se previsível: estudar, namorar, trabalhar, casar, ter filhos, pagar contas, fingir que se diverte em passeios nas férias, cuidar do filhos – vê-los crescer, estudar, namorar, trabalhar, casar, ter filhos, nossos netos – seguir pagando contas, cuidar dos netos, pois já não temos mais quase nada para fazer a não ser esperar a aposentadoria, se aposentar e, por fim, ficar enrolando a vida até morrer.

Da juventude até a morte, a vida é algo que não deixa de ser ridículo. A única fase verdadeiramente apaixonante é a infância.

E é por isso que que ainda somos uma péssima sociedade. Por que a infância de milhões de crianças será sempre um presente sem futuro. Uma criança sem dignidade será um adulto sem futuro.

De todos os amores de infância, para todos deveria ser a infância.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO Chato... o maior amor é a infância. É o menor período da vida. Do início da consciência de que existe um mundo 'lá fora', até os dez ou doze anos, não são mais que seis ou sete para serem aproveitados. Quiçá oito, para alguns. E é na infância que tudo se...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!