Da série “Dez razões para não votar em… – IX: Pedro Simon
De um ser humano não devemos exigir que se retire da vida tão somente por ter vivido um número grande qualquer de anos. O que nos torna inúteis para a sociedade, como seres, são as doenças e não a idade.
Dos inúmeros campos de atuação humana, a política é, no entanto, algo que a idade afeta. Uma exceção a regra. E afeta de uma maneira quiçá pior que uma doença, pois tem consequências diretas para o povo.
O primeiro dos prejuízos é a natural barreira para o ingresso de “novas cabeças”, “sangue novo”; o segundo, consequência do primeiro, é a quase petrificação da política.
Com raras exceções, é muito demorado para escalar a parede dos altos cargos. A menos, claro, que já se comece com um bom QI no partido.
Um político tem o dever, a obrigação de saber quando fazer a fila andar. Pedro Simon, honradamente, havia decidido se aposentar.
Comecei minha vida de serviço público sob seu governo no estado do RS. Votei nele numa das eleições para o senado.
Pedro Simon, no governo, foi apenas o PMDB. Da mesma forma que o foi outro governador pmdebista. Ambos quebraram o estado. Pedro Simon, como senador, tinha seu papel, um papel importante na tribuna, não mais que isso.
Tornou-se obsoleto.
E muito me admira que um homem de 86 anos não tenha aprendido a dizer não. Se ninguém quis assumir o lugar do Beto Albuquerque, por que ele deveria aceitar? Pelo partido? Pela causa? Pelo Brasil?
Ninguém quis porque sabiam que não tinham chances. Como Beto Albuquerque sabia. Mas a candidatura de Beto tinha outras razões. Era necessária como apoio para Eduardo Campos e para manter a sigla na vitrine.
Pedro Simon quebrou o ditado que diz que macaco velho não coloca a mão em cumbuca. Meteu.
Pedro Simon é cacique dentro do partido que tem o vice presidente e atual candidato a vice na chapa com Dilma. Que o PMDB local tenha se associado ao PSB, já é algo quase incompreensível; que Simon tenha embarcado nessa, é totalmente incompreensível.
Pensa em ajudar o companheiro de partido candidato ao governo? Outro sem chance alguma. Queiramos ou não, as eleições no RS estão e serão polarizadas entre Tarso Genro e Ana Amélia. Queiramos ou não, as eleições para o senado estão e serão polarizadas entre o Olívio Dutra e o Lasier.
Sartori e Simon são apenas PMDB.
Nada mais que isso. E isso é o que podemos ter de pior: ser apenas PMDB em um país que precisa de grandes mudanças.
Sem preconceito algum e mantidas as exceções de praxe, mas velho não muda nada. Político velho menos ainda.
Dos meus poucos 57 anos de vida, em todos eles o Simon estava presente na vida política. Ele e mais uns tantos. Assim não tem como mudar um país.
Das dez razões que existem ao longo do texto, essa é a mais importante no momento: ao Pedro Simon faltou o que dizem os gaúchos: culhões para dizer NÃO!
Esse é um modelo que não me serve.
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