A política e o problema do mal
De início, convém revelar que considero a maldade uma característica inerente dos seres humanos e que, como apateísta, não pontuo a análise sob a ótica da existência ou não de um deus para explicar a existência do mal, embora grandes males tenham sido causados e ainda sejam causados por causa das religiões.
Partindo dessas premissas, me permito afirmar que o exercício da política se faz quase que com uma finalidade exclusiva de causar o mal na sociedade. E é, de todas as formas de mal, o pior, posto que atinge a imensa maioria dos seres humanos que deveriam ser objeto de ações de desenvolvimento da dignidade humanaA política .
Reconhecer a dignidade humana é admitir que não se pode, por ação ou omissão, causar mal a um ser humano. De qualquer espécie: físico, moral, intelectual e social.
Agentes políticos – executivos, legislativos e até judiciários – em toda a história da humanidade não só não resolvem o desenvolvimento humano, como deliberadamente, por suas ações, mantém a pobreza e as condições de vida degradantes da imensa maioria das populações. Sequer se cogita, aqui, nas guerras.
Fazer política é fazer escolhas. Ao escolher proporcionar benefícios para poucos, a consequência é inevitável: fazer o mal para os muitos restantes.
A maldade tem sido a tônica da política no Brasil desde que foi descoberto, tendo se acentuado de forma “escandalosa” nos últimos governos. Federal, estadual e municipal. Repito: de forma deliberada, os últimos governos – alguns ainda em curso e com possibilidade de permanecerem atuando – expuseram a maldade em sua forma quase pura.
Relegaram o povo a uma condição de indignidade jamais vista. A tal ponto, que as pessoas parecem já ter incorporado o “ser indigno” de qualquer outra coisa que não as migalhas deixadas como “benesses”. E insistentemente elegem quem só lhes causa o mal.
Como diria a frase atribuída a Martin Luther King, “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
O que fazer para que os bons comecem a gritar?
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