Um dia, as mulheres, a natureza e um desafio!
Pois é,
Um dia: 8 de março.
As mulheres? Bem, é o dia delas!
A natureza? É o que veremos.
O desafio? Bueno, de conversas no Faça a sua parte nasceu a questão: será que mulheres e homens percebem a natureza – e, consequentemente, atuam na sua conservação – de forma diferente?
Eu e a Lucia Freitas resolvemos transformar o papo em um desafio: eu escreveria sobre as mulheres e ela escreveria sobre os homens. Tudo, claro, sob o enfoque do meio ambiente, da natureza.
Por essas coincidências, recebi esta semana o exemplar da edição especial da revista “Mente e Cérebro“, “As Faces do Feminino – Dimensões Psíquicas da Mulher“. É dela que tiro a inspiração para o post.
A natureza é feminina. Sobre isso não há e, que eu saiba, nunca houve discordância. Veja-se o que diz o texto “O Arquétipo da mãe”, de Johann Rossi Mason:
“O conceito de Grande Mãe surgiu por volta de 7000 a.C., no Neolítico, mas traços desse culto já estão presentes no Paleolítico. Trata-se de uma figura religiosa, uma divindade feminina a quem se atribui a gênese de todas as coisas vivas: plantas, animais, homens. O culto certamente se originou em comunidades sedentárias que viviam da agricultura, em harmonia com os ciclos da Natureza e da Lua, símbolo tipicamente feminino”.
Machos brigam pela oportunidade de fecundar fêmeas. Esta é uma razão, senão a única, pela qual deveríamos aceitar que a divindade suprema – se é que existe – é uma fêmea. E digo fêmea, para não dizer apenas mulher, porque o feminino está na natureza e não apenas na mulher, nome atribuido à fêmea da espécie humana.
Mas vejamos o que diz o artigo “O Arquétipo da Mãe” (referências ao final) sobre o mito de Deméter:
“Deméter é a deusa das colheitas e ícone de um instinto materno que não tem sossego. É mãe de Perséfone, cujo pai é seu irmão Zeus. Segundo a mitologia grega, certo dia, enquanto colhe flores, Perséfone é raptada por Hades (deus dos mortos e dos subterrâneos), que se apaixonara por ela. O rapto acontece graças à cumplicidade de Zeus. Ao perceber o desaparecimento da filha, Deméter a procura em vão durante nove dias e nove noites. Ao alvorecer do décimo dia, por sugestão de Hecate, Deméter pede a Hélios, o Sol, que lhe revele a identidade do responsável.
“Louca de raiva pela traição, a deusa abandona o Olimpo e, por vingança, decide impedir que a Terra dê seus frutos, para que a raça humana seja extinta na escassez. Na tentativa de aliviar a própria dor, Deméter vaga pelo mundo, surda às lamúrias dos humanos que já não tem o que comer. Assume o semblante de uma mulher idosa, ocultando seu aspecto esplendoroso, e encontra abrigo numa casa, onde se torna ama-de-leite do filho do rei de Ática. Apega-se logo ao bebê que alimenta com a divina ambrosia para torná-lo imortal. O amor pelo menino finalmente alivia a sua dor, até que a rainha a descobre e a obriga a revelar sua natureza divina.Lançada de volta a seu desespero, Deméter refugia-se no monte Calícoro, sem se importar com as súplicas dos mortais dizimados pela carestia.
“Zeus então intima Hades a devolver a filha da deusa, e o final feliz parece estar prestes a acontecer, mas, antes disso, Hades faz Perséfone comer uma semente de româ, o que a obrigará a voltar periodicamente a ele. Tamanha é a alegria da mãe que, no momento em que abraça a filha, a Terra volta a ser fértil, e os frutos recomeçam a amudurecer. Mas há um preço a pagar: nos meses em que Perséfone voltar ao marido, sobre a Terra reinarão frio e penúria. Nascem o outono e o inverno.
“Deméter é, portanto, a Terra-Mãe, o símbolo da mãe que ama a prole acima de tudo. Deusa das terras cultivadas, ela rege a abundância das colheitas. Representa o instinto materno que se realiza na gravidez e no alimento físico e psicológico. A mulher Deméter realiza-se plenamente nessa tarefa, mas corre o risco de se deprimir caso sua necessidade de se alimentar seja recusada.
” Esse senso de maternidade não se limita ao aspecto biológico, mas pode se expressar na adoção de profissões que implicam dedicação aos outros. Deméter é nutriz, mãe perseverante ao procurar o bem-estar dos filhos, generosa. Uma deusa profundamente ligada a suas origens, que dão um significado adicional à sua essência: com efeito, ela é filha de Rea e neta de Gaia, a Mãe Terra original, da qual deriva toda forma de vida“. (negritos meus)
Tantos sejam os seres humanos existentes na Terra e tantas serão as interpretações do texto. A minha? Bueno, a minha tem a ver exatamente com a retomada do mito de Deméter, a neta da Mãe Gaia.
As mulheres, diferentemente dos homens, trazem em si esse senso de proteção. Mulheres cuidam, homens descuidam; mulheres constroem, homens destroem. E é desse olhar feminino que estamos precisamos para resolver os problemas que estamos causando para a grande Mãe Gaia. Do olhar que alimenta, pois estamos deprimindo Deméter e ela está fazendo conosco o que já fez quando Perséfone foi raptada: está novamente impedindo que a terra dê seus frutos e a humanidade parece fadada a ser “extinta na escassez”.
Sim, as mulheres, por serem Deméter, percebem a natureza de forma diferente dos homens.
E você, o que pensa sobre isso?
https://www.escosteguy.net/um_dia_as_mulheres_a_natureza/datasDebates AmbientaisFaça a sua partePara pensarPois é,Um dia: 8 de março.As mulheres? Bem, é o dia delas!A natureza? É o que veremos.O desafio? Bueno, de conversas no Faça a sua parte nasceu a questão: será que mulheres e homens percebem a natureza - e, consequentemente, atuam na sua conservação - de forma diferente?Eu e...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy