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TRINTA E CINCO!

Um número carregado de ares cabalísticos. Vira e mexe, e está na moda. Além de ser o nome de um dos mais tradicionais CTG’s do RS, o CTG35, é o alardeado percentual da famosa “carga tributária” brasileira: 35% do PIB.

Mote da oposição ao governo – que brada ser a nossa carga tributária insuportável -, é usado pela situação, e somente quando comparado com os países da Escandinávia, para defender que não é tão absurda quanto o PIG quer fazer crer.

Como todo número redondo e que representa uma média (total de recursos arrecadados via impostos em relação ao PIB) não passa de uma falácia. A comparação mais simples mostra a razão da gritaria: quanto mais se ganha, mais se paga!

Um pequeno exemplo mostra como é a realidade onde a realidade mais importa: no bolso das pessoas (e não nas manchetes ou nos papers acadêmicos..). Os valores apresentados, além de arredondados e porventura incompletos, espelham, seteris paribus, a realidade que sentimos a cada dia 15 de cada mês.

Para facilitar as contas, tomei o serviço público como exemplo. Três servidores: o que ganha menos, o que ainda consegue se virar e o que “não tá nem aí”. Valores individuais ( não é renda familiar, embora desse no mesmo); valores nominais, daqueles que hoje podemos encontrar nos portais da transparência, isto é, não considera vantagens pessoais (embora desse no mesmo) e, por fim, valores estaduais, pois os federais estão bem à frente!

Três servidores. Um de cargo básico, pau pra toda obra: se fode oito horas por dia. Atende balcão, carrega peso, preenche formulários físicos ou digitais, compra cigarro e paga as contas do chefe, leva mijada; é o famoso “não nasceu para pensar, apenas para cumprir”. O “arigó”, ou o “barnabé”.

Outro, um pouco mais “vivo”, deu um “jeitinho” e virou chefe. A grande maioria, sem dúvida alguma, tão somente pelas estrelas que carrega nos ombros ou por fazer algo que muitos guardam certo prurido: babar ovos.

A terceira e última “classe” é a dos que “estudaram, fizeram um concurso e, portanto, adquiriram o divino direito de serem representantes de Deus na Terra.”

Os primeiros ganham, em média, R$ 5.000,00; os segundos R$ 12.000,00. Os terceiros não ganham salários, mas “subsídios”…

Enfim, como bate no bolso de cada um os impostos? (mantidas as proporções, a lógica é a mesma para os trabalhadores da iniciativa privada)

tributos

A tabela acima, BINGO!, mostra tudo. A “classe média” despeja 35% do que “ganha” nos cofres do governo.

Só que tem um pequeno detalhe que a mídia (que vende para as classes média e alta) faz questão de esquecer: 54% da população brasileira ganha menos de…

… R$ 1.000,00. Isso mesmo, menos de mil reais.

Vamos falar mal da “carga tributária”? De uma “carga” que é justa? De uma carga onde quem mais ganha mais paga? De uma carga que só os marinhos e parceiros reclamam?

Babaca que defende os mais ricos do Brasil, enquanto espera na fila da reza, do gerente do banco, por causa das merrecas que deve… Tem mais é que morrer acreditando que 35 é o seu número!!!

 

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoTRINTA E CINCO! Um número carregado de ares cabalísticos. Vira e mexe, e está na moda. Além de ser o nome de um dos mais tradicionais CTG's do RS, o CTG35, é o alardeado percentual da famosa 'carga tributária' brasileira: 35% do PIB. Mote da oposição ao governo - que brada...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!