2015

Há anos não tinha um ano tão estressante, cansativo e complicado.

Continuação da AP 470, com as prisões. Joaquim Barbosa o tempo todo na mídia. Copa do Mundo e eleições.

Poderia ter feito como muita gente que conheço, que não se envolveu com tudo isso além de ser mero expectador. Gente para quem não importava se A ou B seria preso ou não; para quem Joaquim Barbosa era alguém muito distante e que, portanto, o que fazia ou deixava de fazer não interessava.

Gente que por não gostar de futebol, pouco se importava com o “Não vai ter Copa” e gente para quem tanto faz Dilma ou Aécio, PT, PSDB, Eduardo Campos ou Marina, Psol ou PP.

Recordo que disse a um amigo, no início do ano, que havia feito a opção pela participação no atual modelo político, o que implicaria engajar-me o máximo possível, tendo em vista que a bateria da mídia oligárquica estava toda armada para cima do governo e da candidatura da Dilma.

Julguei que não era o momento de o Brasil perder tudo o que já tinha conquistado, além de não seguir com as conquistas necessárias.  Não imaginava uma luta por Dilma ou pelo PT, mas por uma ideologia e por um modo de ser para o Brasil; um modo totalmente diferente do pregado pela direita neoliberal e pela mídia oligárquica. Precisamos de mais algum tempo para consolidar essa nova sociedade.

Como já fui militante de rua ativo em outras eras, e por via das circunstâncias atuais, minha participação acabou restrita à internet: aqui e nas redes sociais.

Mas mesmo sendo o que acabou conhecido como “militante de sofá”, foi muito estressante e cansativo.

Mas o que vimos mostrou a razão de se envolver: há uma direita que se julga dona do Brasil (e tem sido, desde 1500) e que é capaz inclusive de destruí-lo, apenas porque o perdeu.

O mais complicado, no entanto, foi tentar entender como é que tem gente assalariada – que se diz de “classe média” – que faz opção por um modelo político-econômico que a única coisa que lhes trará é no máximo, e para alguns, manter a vidinha que levam.

Perceber e tentar entender isso me cansou, além da profunda tristeza que me causou de ver gente conhecida nesse grupo.

Não dá para entender trabalhador que defende modelo que tem por princípio de existência a exploração do trabalhador. Vi gente reclamando das condições de trabalho nos atuais governos estaduais, esquecendo que nos anteriores foi pior!!!

Ao final de tudo, termino o ano com a sensação de que fiz pouco, pois ainda não entendi essa gente.

Sem dúvida, esse foi meu maior estresse e cansaço em 2014. Complicado de lidar com isso.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoHá anos não tinha um ano tão estressante, cansativo e complicado. Continuação da AP 470, com as prisões. Joaquim Barbosa o tempo todo na mídia. Copa do Mundo e eleições. Poderia ter feito como muita gente que conheço, que não se envolveu com tudo isso além de ser mero expectador. Gente...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!