Quem é Ana Paula Maciel?
Até pouco tempo, uma ilustre desconhecida. Assim como eu e como a grande maioria das pessoas. Ana Paula defende uma causa; eu também, assim como a maioria das pessoas. Ana Paula ficou famosa; eu não, assim como a maioria das pessoas.
A fama da Ana Paula se deve não aos méritos que tenha, mas ao governo da Rússia. Não fora ele, Ana Paula continuaria a ser uma ilustre desconhecida navegando um navio do Greenpeace. Mas agora que é famosa, Ana Paula dá entrevistas. É justo que dê. Mas ao fazer, parece que Ana Paula se esquece de um princípio básico: quanto mais se fala, maior a probabilidade de dizer bobagens.
Talvez Ana Paula fosse uma excelente ativista. Mas só isso. E se assim continuasse, quiçá um dia fizesse algo de bom para o mundo, como o tal santuário no Ártico, e ficasse famosa. Sem precisar dizer besteiras tipo “Ainda segundo a ativista, a exploração do pré-sal gera, automaticamente, poluição. “O problema é que nós pensamos dentro de uma geração sem pensar nas próximas“, disse Ana Paula, frisando que a extração do petróleo da região do pré-sal deverá contribuir para a aceleração dos prejuízos ambientais em escala global. (daqui)
Ana Paula parece não ter saído do século XX. Esqueceu-se de atualizar o conceito de sustentabilidade. Está certo que é um conceito que possui dezenas de interpretações, mas uma única certeza o mundo já tem: seguir falando em pensar nas gerações futuras preocupada apenas com as consequências ambientais é um anacronismo. Se pensarmos bem, até o conceito de ambiente, subentendido na colocação de Ana, é anacrônico.
De há muito que já evoluímos para o conceito de sustentabilidade social. E responsabilidade social é a resultante de duas forças, de duas sustentabilidades: ambiental e econômica.
A sustentabilidade ambiental, em uma “tradição” mais moderna, inclui o ambiente humano e não apenas o ambiente natural, entendido como aquele não produzido pelos humanos. E, se inclui o ambiente humano, inclui, necessariamente, a cultura, a educação, a saúde, o patrimônio construído pela humanidade e suas relações com o ambiente natural.
A mesma tradição moderna, já incluiu a economia com uma das pernas da sustentabilidade. E economia nada mais é do que a forma como os humanos se relacionam com o ambiente natural para dele extrair a subsistência.
Ana Paula parece ter esquecido esses conceitos básicos ao se colocar contra o pré-sal, principalmente quando diz que “é muito profundo, desnecessário” e coloca em risco parques marítimos como Abrolhos e Fernando de Noronha. Em tom bastante alarmista, ela vê risco de um acidente ambiental de grandes proporções e critica as empresas chinesas que fazem parte do consórcio que fará a extração do óleo. “São empresas tradicionalmente desleixadas em relação ao meio ambiente“.
O grande avanço do conceito de sustentabilidade social foi a percepção adquirida, pela humanidade, de que o corpo só poderá andar bem se andar sobre as duas pernas. E de que uma depende da outra. Deixar de explorar o pré-sal por uma hipótese de prejuízo em Abrolhos ou em Fernando de Noronha é uma afirmação que beira ao crime de lesa pátria, pois desconsidera todos os investimentos que serão realizados na educação e na saúde. Ana Paula pretere milhões de humanos, que COM CERTEZA, serão prejudicados, em prol de uma hipótese sobre o ambiente natural.
Ignora, ainda, que um povo com mais educação e com mais saúde – portanto, vivendo mais tempo – saberá não apenas exigir, mas cobrar das “empresas tradicionalmente desleixadas” que apliquem recursos em tecnologia de proteção ao ambiente natural. Por fim, se esquece a Ana Paula, que um povo mais educado e com mais saúde será um povo com maiores probabilidades de fazer com que a economia cresça para todos, isto é, seja uma economia para as gerações futuras também, e não apenas para uns poucos, como tem sido até agora.
Penso que devemos ajudar a Ana Paula a voltar para o seu navio do Greenpeace. Sua luta é importante. As entrevistas?
https://www.escosteguy.net/quem-e-ana-paula-maciel/O ChatoAté pouco tempo, uma ilustre desconhecida. Assim como eu e como a grande maioria das pessoas. Ana Paula defende uma causa; eu também, assim como a maioria das pessoas. Ana Paula ficou famosa; eu não, assim como a maioria das pessoas. A fama da Ana Paula se deve não aos...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy
Caro Escosteguy.
Independente das exposições da srta. Ana Paula, o fato é que se precisa cuidar e trabalhar para que as agressões ao meio ambiente sejam cada vez menores. Sustentabilidade Ambiental é um bonito nome para usar quando se deseja explorar o ambiente, produzir milhões de dólares e ter como justificar isso ao publico. Você bem sabe, a historia humana e a literatura estão aí para ilustrar, que toda a ação do homem no meio ambiente sempre trouxe um impacto e, quase sempre, negativo. A todo instante fazemos agressões ao meio ambiente. Comendo, bebendo, andando de carro, de avião e indo ao banheiro. Imagino que você deve considerar isso tudo quando pensa a respeito de meio ambiente e imagino, pelo seu conhecimento, que você sabe o quanto já estragamos e vamos continuar estragando esse planeta. Isso não é ficção e não é preciso carregar a bandeira de qualquer ONG, brasileira, britânica, americana, etc para saber. É um fato, é a nossa história. Para ilustrar a questão do Ártico, e mesmo a Antartida, é uma desgraça o que foi feito nesses continentes nos últimos 100 anos. Apenas 100 anos e toda uma frágil estrutura ambiental está totalmente ameaçada e no caminho da destruição pela ação do homem e pelos tais dólares. Sim, as ONGs tem seus interesses e suas políticas, mas no final a intenção e objetivos são justos. É muito pouco provável que em qualquer boarding de uma grande petroleira exista algum executivo preocupado com a saúde das focas do Artico ou fim dos ursos, isso fim, extinção. Diante disso, eu fico em duvida de quem está realmente preso ao século XX. Se as cias e seus dólares ou os que se preocupam com as focas.
Parabéns! Muito bom seu post, deveria ter repercussão nacional para fazer o povo brasileiro pensar um pouco antes de pegar uma opinião formada e fazer que seja verdade!
🙂
Muito bom texto Luiz Afonso. Esta guria faz parte de uma organização que curiosamente só ataca empresas e países em desenvolvimento. Nunca ouvi uma ação só contra empresas americanas. Aliás, até agora me bate na lembrança a explosão daquela Plataforma da British Petróleum no Golfo do México há uns três anos. Não houve nenhuma ação do tal Green Peace lá.Sabe por que? A mega ONG e a mega petrolífera ambas são…inglesas. Foi fazer confusão com empresas russas, critica o pré sal aqui e diz pra “deixar lá na profundidade. Ela faz parte daquelas que acha que tem que deixar lá até o império ter a tecnologia pra pegar. Por que hoje, quem tem a tecnologia pra extrair o petróleo do pré sal é o Brasil. E vamos pegar antes que o império venha e nos tome.