Post mortem Terra Brasilis
Mesmo passados mais de 500 anos após os portugueses terem acabado com a terra brasilis, ainda pensamos ser o “país do futuro”. Parece derivar de uma crença religiosa que reserva o paraíso aos prometidos. Sempre acreditamos que o melhor está no futuro e, via de regra, deixamos de fazer o futuro quando ele deve ser feito: no presente. Como nação, obviamente, pois para uns poucos esse paraíso sempre existiu e a terra brasilis segue sendo deles.
Estamos como a mulher da imagem: mortos, mas com um aparelho de eletrochoque aplicado para forçar um sorriso de felicidade.
O que restará da terra brasilis post bolsonarum?
Não pertence mais a esta minha vida ver o que será. Levaremos, no mínimo, mais uns 30 anos para recuperar todo o estrago que está sendo feito. Esse será o tempo necessário para, por exemplo, recuperar a economia a ponto de ter os mais de 15 milhões de desempregados com emprego. Ou mais, se deixarmos o que aí está ter sequência.
Ciência e pesquisa sendo destruídas; cultura sob domínio de descerebrados; fome grassando; saúde praticamente sucateada, com quase 600 mil mortos só de covid-19, e preparada para ser entregue aos operadores privados. Educação? Mesmo caminho, privatização. Planos de governo? Nem pensar. De nação? Menos ainda!
Ah! Mas o agronegócio vai bem obrigado. O agro é pop, né? E os bancos?
Nos tornamos um país para os outros. Exportamos. Commodities. Mas mantemos, entre nós, o desejo de ser uma nação armada até os dentes. Imagino que o post bolsonarum será um fratricidium. E o que me entristece é que para isso talvez ainda esteja vivo para assistir.
Vamos sorrir, mesmo que mortos.
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