Por onde começar? – II
O Portal Educacional (logo e link ao lado)1, segundo a apresentação que existe no site, “é um ambiente multidisciplinar criado para que sua escola possa tirar o máximo proveito das infinitas possibilidades da internet.” É, ainda segundo o portal, o “Maior portal de educação em língua portuguesa”.
Dentre suas atividades, o Educacional realiza a pesquisa “Este Jovem Brasileiro“, que avalia o posicionamento dos jovens frente a diversos temas. O “tema 2”, recentemente publicado, é, nas próprias palavras:
“Como vocês sabem, nossa idéia é tentar entender um pouco melhor o que o jovem de hoje pensa sobre uma série de temas centrais da sua vida. Agora, na segunda fase, buscamos os valores e atitudes dos jovens em relação a assuntos como política, meio ambiente, honestidade, preconceitos, individualismo e outros. Aproximadamente 6500 alunos de diferentes partes do país responderam às questões sobre esses temas.“
Vejam as demais repostas, pois mostram o “estado da arte” da nossa juventude. Por ora, interessam as respostas sobre o meio ambiente. Para a pergunta “Me preocupo realmente com o meio ambiente“, vejam a análise:
“Oitenta por cento dos jovens afirmam que se preocupam com o meio ambiente, e mais de 90% acham que as pessoas poderiam se envolver mais nessa questão ou concordam que os acontecimentos atuais são absurdos…
Mas, do ponto de vista das atitudes em relação ao meio ambiente, a história é outra: Se nossos jovens dão de cara com alguém jogando lixo na rua, mais de 80% não reparam no que aconteceu ou “deixam quieto”. Apenas 20% deles, aproximadamente, têm uma postura mais ativa, como recolher o lixo jogado ou chamar a atenção do “porcalhão”.
Entre os que se consideram preocupados com o meio ambiente, não parece haver uma mudança significativa de atitude. Dos entrevistados, 87% já jogaram lixo na rua, embora mais de 75% afirmem que preferem guardá-lo na mochila ou no bolso ou, ainda, procurar uma lixeira. Só 31% se sentem culpados quando jogam lixo na rua, e 11% chegam a voltar para recolhê-lo. Também não há aqui grande diferença entre os que se consideram preocupados com o meio ambiente.
No quesito economia de água, 64% assumem que tomam banhos demorados, mas 76% dizem fechar a torneira enquanto escovam os dentes.
Muita gente parece ter aprendido que cuidar do meio ambiente é importante, mas, do ponto de vista prático, o que aparece são atitudes distantes desse ideal de cuidado com as questões ecológicas. Assim: “Fecho a torneira para escovar os dentes, mas não abro mão do prazer e conforto de um banho demorado”. Da mesma forma, “evito jogar lixo na rua, mas pouco faço para evitar a sujeira dos outros”. A pergunta final é: Será que 80% dos jovens, de fato, preocupam-se com o mundo que os cerca?“
Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Falta não apenas educação ambiental, mas a mais básica das educações: a que começa em casa. Como disse no post anterior, e a pesquisa é o retrato fiel do que falei, devemos começar por aí, por dentro. Esperar até quando? Até que esses jovens virem adultos inconseqüentes? Que os próximos também sejam assim?
A verdade, como diz o texto, é que as atitudes estão distantes, muitos distantes ainda do que seria necessário.
Copiei os textos e o logo sem autorização expressa do site. Espero que o simples uso para divulgação não os incomode. Se assim for, no entanto, retiro o post. Basta enviar o pedido para o mail do blog.
https://www.escosteguy.net/por_onde_comecar_ii/denúnciaecocríticaeducação ambientalPara pensarO Portal Educacional (logo e link ao lado)1, segundo a apresentação que existe no site, 'é um ambiente multidisciplinar criado para que sua escola possa tirar o máximo proveito das infinitas possibilidades da internet.' É, ainda segundo o portal, o 'Maior portal de educação em língua portuguesa'.Dentre suas atividades,...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy
Marcelo,O link direto para a pesquisa é:http://www.educacional.com.br/projetos/estejovembrasileiro2Ricardo,Sem dúvida. Muito se debate, no entanto, se o modelo atual de educação ambiental (a oficial) adotado no Brasil produz os resultados necessários. Pel oque a pesquisa mostra, parece que não.Quanto ao teu amigo, pede para ele (ou escreve tu mesmo) mandar um mail para o endereço do blog dizendo do interesse em participar. Talvez algumas informações sobre ele fossem interessantes. abs
Caro D. AfonsoSeu texto sintetiza o que nós já conversamos outras vezes: a crise ambiental é uma crise de valores morais. Concordo quando você diz que não falta apenas a educação ambiental, mas também o princípio de tudo que é a questão da responsabilidade individual das pessoas. Infelizmente grandes parcelas da sociedade são indiferentes ao meio ambiente e à própria natureza. Você sabe que são fatores históricos e geográficos que acabaram formando o pensamento contemporâneo. E não quero fazer juízo de valor porque o que temos está aí, por mais que a noção kantiana de espaço “a priori” seja discutida no meio acadêmico. Por isso insisto que precisamos reavivar a noção de pertencimento e de coexistência para que possamos mudar o atual estágio. Mas está mudança só irá acontecer se: 1 – as pessoas passarem a enxergar o planeta Terra com outros olhos ( e aí inclui-se a natureza) e 2 – a presença cada vez maior de ações que promovam a educação ambiental em todos os estratos da sociedade.Um abraço,Ricardo Safra, estudante de GeografiaP.S. Em tempo, um grande amigo meu quer se juntar a nós. Ele está amplamente envolvido com a educação ambiental, e está concluindo o curso de História.
Oi,Fiquei muito curioso para ver mais dados da pesquisa. Gostaria de sugerir que fosse colocado um link direto para a pesquisa, se é que esses dados estão disponíveis no portal Educacional.Abraços,Marcelo