Palavra do Dia: #5/2023 – Sustentabilidade
V – I – III EL
Quinto dia do Primeiro Ano da Terceira Era Lula
Nasci, para as questões do meio ambiente, no tempo da Confrência de Estocolmo, 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, há cinquenta anos, portanto.
Ainda jovem, e mais tarde como adulto, me envolvi, profundamente, de diferentes formas com as questões do meio ambiente. Pude acompanhar as diversas transformações conceituais. desde o conceito de desenvolvimento sustentável até o atual de sustentabilidade e as chamadas mudanças climáticas. Acompanhei a Eco-92, todas as COPs, a Rio+10, Rio+20, o Protocolo de Kyoto, o Acordo de Paris, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, participei de congressos, seminários, cursos, participei da criação do site “Faça a Sua Parte” (pioneiro, desde 2007, nas questões sobre o meio ambiente e que acabou por popularizar a expressão “faça a sua parte”).
E qual a razão desse breve pavonear de feitos? É simples: cansei. Há 10 anos cansei e larguei tudo. E por quê? Porque há cinquenta anos a única coisa que vemos é o mundo piorar.
No Brasil, então, tivemos o recente caso de um governo francamente favorável a destruição sistemática do meio ambiente. E é assim que as coisas são: a poucos interessa mudar, quando em condição de poder. E não é só no Brasil, infelizmente. É no mundo todo. Governos são eleitos não pela vontade do povo, mas por forças econômicas interessadas apenas naquilo que lhes é mais caro: o lucro. Governos no mundo todo são submissos ao mercado. Afinal, é o mercado que empresta (dívida interna) aos governos para que possam existir e minimante aplicarem naquilo que o mercado deixa: o tal estado mínimo.
Tudo piora E a uma velocidade jamais vista. E mesmo assim, continuam piorando. E por uma simples razão: as políticas e ações, além dos próprios governos, não são sustentáveis.
Vez por outra, no entanto, temos a impressão de ver uma pequena lamparina ser acesa no fim do túnel. É o caso, agora, do retorno da Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima – ainda mantendo a sigla MMA. E ressurge, segundo suas palavras no discurso de posse, em uma condição que não teve quando ocupou pela primeira vez o cargo: a transversalidade.
Uma das grandes razões para que as políticas e ações não sejam sustentáveis, como coloquei antes, sempre foi a não transversalidade, fato que proporcionava que cada parte buscasse apenas o que lhe interessava, tipo os burrinhos da imagem acima.
Sabemos, como diz o ditado, que o inferno está cheio de boas intenções. Quiçá, nesse breve último terço de vida -se tanto – eu possa ver os resultados das ações propostas por Marina Silva e pelo governo Lula. Mas sempre lembrando e que para que não se perca de vista: daqui a quatro anos tudo pode ser jogado por terra novamente.
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