Palavra do Dia: #17/2023 – 1%
XVII – I – III EL
Décimo Sétimo Dia do Primeiro Ano da Terceira Era Lula
1%. Não é propriamente uma palavra, mas carrega um dos piores significados, senão o pior que poderíamos esperar.
Uma palavra apropriada seria “escassez”. Escassez é o conceito fundamental de toda ciência econômica e a base do sistema que permite a existência do 1%. Mas o que é 1%?
O Relatório 2023 da Oxfam, apresentado ontem, 16, no Fórum Econômico Mundial, em Davos – Suiça, apresenta (Download aqui):
O 1% mais rico do mundo ficou com quase 2/3 de toda riqueza gerada desde 2020 – cerca de US$ 42 trilhões -, seis vezes mais dinheiro que 90% da população global (7 bilhões de pessoas) conseguiu no mesmo período. E na última década, esse mesmo 1% ficou com cerca de metade de toda riqueza criada.
Pela primeira vez em 30 anos, a riqueza extrema e a pobreza extrema cresceram simultaneamente.
As empresas de alimentos e energia mais do que dobraram seus lucros em 2022, pagando 257
bilhões de dólares a acionistas ricos, enquanto mais de 800 milhões de pessoas foram dormir
com fome.
As fortunas bilionárias estão aumentando em 2,7 bilhões de dólares por dia, mesmo com a
inflação superando os salários de, pelo menos, 1,7 bilhão de trabalhadores – mais do que a
população da Índia.
Uma era de crise que está causando enorme sofrimento a grande parte da humanidade.
Chama a atenção a afirmação de que empresas de alimentos tenham dobrado seus lucros e pago bilhões de dólares a acionistas ricos enquanto mais de 800 milhões de pessoas passam fome no mundo. (“820 milhões de pessoas famintas em um planeta que produz quase o dobro do necessário são um escândalo moral, ético e econômico, em pleno século XXI de vanguarda tecnológica e capacidade de produção sem precedentes”, escreve Enrique Yeves, diretor da FAO na Espanha“, aqui)
O relatório não trata do mercado mundial de armamentos, que em 2021 faturou 592 bilhões de dólares (aqui).
Não existe a chamada escassez de recursos. Nao existe a tão propalada incapacidade de atender a todos os desejos dos habitantes da terra. O que existe é isso que estamos vendo: a brutal concentração da riqueza que é produzida por quem não fica com ela ou tão somente por ativos financeiros, que não produzem um grão de milho sequer.
Vivemos em um mundo errado e não em um mundo de escassez. O capitalismo não é o melhor sistema, como defendem os economistas e os donos do 1%. O capitalismo é apenas isso: o maior e mais perverso sistema de produção de pobreza que a humanidade já inventou.
Enquanto isso, para produzir a riqueza dos 1%, destruimos a natureza, o clima e tudo o que representa a vida dos outros 99%.
E por que os países não decidem taxar a riqueza dos mais ricos? Pela simples razão de que políticos que legislam e políticos que governam são financiados por eles. Logo, jamais aprovarão leis que limitem a capacidade de cada vez mais abocanharem a riqueza produzida no mundo.
E só tende a piorar.
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