Palavra do Dia: #15/2023 – Hino
XV – I – III EL
Décimo Quinto Dia do Primeiro Ano da Terceira Era Lula
Devo estar, como diziam antigamente, caduco. Não tenho a menor lembrança de um dia ter aprendido isso.
Descobri hoje – e, claro, fiquei estarrecido – que a introdução ao Hino Nacional Brasileiro teve uma letra. E era cantada antigamente.
Consta que teria sido suprimida quando da aprovação, em 1922, da letra criada por Joaquim Osório Duque-Estrada. Após a Proclamação da República e até 1922 o hino era executado apenas de forma instrumental, o que permitiria a existência de algumas letras, inclusive essa da introdução, e letras criadas anteriormente:
A primeira letra foi redigida pelo poeta e juiz Ovídio Saraiva de Carvalho, em comemoração à abdicação de dom Pedro I, em 1831. Com a renúncia do imperador nascido em solo português em favor de seu filho brasileiro, rompiam-se os últimos e incômodos vínculos que ainda prendiam o Brasil a Portugal.
Os versos do primeiro Hino Nacional eram raivosos no ataque aos portugueses. Na música, eles apareciam como “monstros” que agiam com “tirania” e se alimentavam de “nossas virtudes, nosso ouro”. A letra chegava a propor que o Rio de Janeiro, a capital do Império, passasse a se chamar “Rio de Abril” — referência a 7 de abril, a data da abdicação.
Essa versão foi abandonada em 1841, quando um autor desconhecido compôs a segunda, para celebrar a chegada de dom Pedro II ao trono, após uma década de Regência. Da primeira versão, ele manteve o refrão. A nova letra exaltava exageradamente o soberano. O poeta chamava o novo imperador de “ventura do Brasil” e dizia que era impossível “negar de Pedro as virtudes”.
A melodia, que o Brasil jamais abandonou, foi criada pelo maestro Francisco Manoel da Silva. A data da composição instrumental é incerta. Os historiadores dizem que pode ter sido em qualquer momento entre a Independência, em 1822, e a abdicação, em 1831.
Para quem quiser conhecer mais sobre a história do Hino Nacional: Agência Senado
Eis a letra da introdução:
Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante
Gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante
Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz
Cumpri o dever na guerra e na paz
À sombra da lei, à brisa gentil
O lábaro erguei do belo Brasil
Eia! Sus, oh, sus! (1)
E aqui cantada:
(1) A palavra “sus” é uma interjeição que vem do latim sus: “de baixo para cima”; que chama à motivação: erga-se!, ânimo!, coragem! Neste contexto é sinônimo de “em frente, avante”
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