O modus operandi da gestão pública submissa ao capital
O prefeito Sebastião Melo divulgou, no Instagram, visita que fez ao Parque Chico Mendes, na zona norte de Porto Alegre.
Diz ele (imagem) que “Não podemos aceitar que um parque da importância do Chico Mendes chegue às condições que chegou. Este espaço público, que atende 200 mil pessoas na região, enfrenta graves problemas como vandalismo, invasões, tráfico e descarte irregular de lixo.”
Opa, opa, opa! Aulinha de português para o senhor prefeito: qual o sujeito da parte “chegue às condições que chegou”? Como é fácil elaborar uma frase para fazer parecer que não tem responsabilidade alguma sobre as condições a que chegou o parque. Começa com um “Não podemos aceitar”, como se não fosse o ÚNICO responsável pela situação.
É a mesma falsa argumentação que utilizam para o Parque Farroupilha, a nossa Redenção. Alegações de que a prefeitura não tem condições de cuidar dos próprios do povo (por sinal, parece que Melo desconhece essa expressão, “próprios do povo” Sugiro que, em lendo, vá ao Tio Google pesquisar).
Diz determinar “a elaboração de um projeto…”. Sabemos, aparerá com o mesmo “modelo” aplicado à Redenção: a concessão.
Esta é a forma de operar da ideologia que prega entregar o público para a inciativa privada, sob o bonito nome de concessão, alegando que não tem como fazer o que é a sua mínima obrigação: administrar os bens públicos.
Ora, ora, ora, meu caro prefeito! O que fazem (por fazer quero dizer que atividades desenvolvem), na estrutura da prefeitura, 3.219 ocupantes de cargos de confiança (CCs) e de funções gratificadas (FGs)? São 2.314 (CCs + FGs) na Administração Direta e 905 (CCs + FGs) na Administração Indireta (Portal da Transparência).
Será que precisa de tanta chefia (FGs) assim? De tantos CCs (841)? Ou não será hora de repensar a estrutura organizacional da prefeitura? Direta e Indireta? Hora de repensar as prioridades da gestão pública que a faça recuperar sua única finalidade, qual seja, a de bem gerir o bem público?
Olhe primeiro para dentro (atenção: não escrevi umbigo) antes de sair por aí jogando frases para a plateia apontando a culpa para outros, quando a verdadeira responsabilidade É SUA!
E não, não faremos como o senhor e calar diante das suas ações (ou falta delas, melhor dizendo), a começar pela Redenção.
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