Moedas
A bem da verdade, devemos lembrar que toda moeda tem dois lados. E não podemos bancar os ecoxiitas, com uma atitude de pura e simplesmente ignorar – ou fazer de conta que não existe – o lado da moeda que nos incomoda.
Há gente – pesquisadores e renomados cientistas, alguns nobelizados inclusive – que pensam diferente, ou melhor, oferecem uma alternativa ao pensamento único e atual do aquecimento global.
Refiro-me ao não tão conhecido e badalado “Consenso de Copenhagen”. Em 2004, capitaneados por Bjorn Lomborg, um ambientalista considerado, no mínimo, “polêmico”, diversos cientistas (dentre eles três detentores do prêmio Nobel de Economia, produziram um relatório onde a questão do aquecimento global aparece com última alternativa.
É de se ver e estudar os vários argumentos utilizados. Não vou detalhar, aqui, mas para quem realmente quer ser crítico, isto é, olhar os dois lados da moeda com isenção, leia mais aqui (uma entrevista com Lomborg) e aqui (site do Consenso, em inglês). Há um link nesse texto (“the full list”, texto em PDF), onde são explicadas as razões.
Nele, os autores deixam claro que o critério adotado para ordenar a lista é puramente econômico (“In ordering the proposals, the panel was guided predominantly by consideration of economic costs and benefits.”)
No fundo, os cientistas do Consenso de Copenhagen colocam na pauta de discussões a questão do “pensamento único”. Dito de outra forma, parece que agora só existe aquecimento global.
É bom conhecer o outro lado das moedas. Quanto mais não seja, para descobrir se ela é falsa ou não…
https://www.escosteguy.net/moedas/ecocríticaPara pensarA bem da verdade, devemos lembrar que toda moeda tem dois lados. E não podemos bancar os ecoxiitas, com uma atitude de pura e simplesmente ignorar - ou fazer de conta que não existe - o lado da moeda que nos incomoda.Há gente - pesquisadores e renomados cientistas, alguns...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy
Afonso, você disse:
“O aquecimento global é uma realidade e ninguém duvida disso.
Que o ser humano é um fator causador do aquecimento, também ninguém duvida disso.”
OK, acho que ninguém duvida da primeira afirmação. Mas já vi pessoas que duvidam da segunda afirmação. Dizem que o aquecimento global é um fenômeno cíclico de mudanças climáticas e que a ação do ser humano não tem absolutamente nada a ver com isso. Do ponto de vista científico, não tenho conhecimento para rejeitar essa teoria. Em minha lógica pessoal, no entanto, não consigo ver como isso poderia ser verdade. De qualquer maneira, pergunto às pessoas que não crêem que aquilo que nós fazemos tenha algum impacto sobre o meio ambiente se, então, não valeria a pena uma mudança de hábito para melhorar a nossa qualidade de vida.
O Alessandro Martins tem dois posts recentes interessantes sobre este assunto, e vale ler também a caixa de comentários (onde um leitor afirma que a ação humana não tem nenhum impacto sobre o aquecimento global).
Eis o link para o primeiro post:
http://www.alessandromartins.com/2007/02/02/duas-palavras-contra-o-relatorio-sobre-o-aquecimento-global/
E para o segundo:
http://www.alessandromartins.com/2007/02/03/aquecimento-global-quem-pode-provar-que-a-atividade-humana-nao-tem-nada-a-ver-com-isso/
“Dito de outra forma, parece que agora só existe aquecimento global.”, disse você . Não, não existe só aquecimento global.
A subnutrição é um problema social, que é consequência da crise de desenvolvimento social global, que tem conduzido a processos de exclusão social, de marginalidade, e TAMBÉM à mobilidade do capital financeiro e industrial, à diminuição dos salários reais, ao desemprego, ao aumento da dívida global…
A crise ambiental global diz respeito não só a questões ambientais que estão agora na ordem do dia – efeito estufa, buraco na camada de ozono, poluição dos oceanos, etc – mas também a uma acumulação em escala global daquilo que pode ser encarado como numerosos problemas LOCAIS, que são gerados por uma lógica económica global, como, por exemplo, a degradação dos solos, a desertificação, a degradação da qualidade da água, do ar e do solo por poluentes tóxicos, o armazenamento crescente de resíduos tóxicos químicos e nucleares que não se degradam, e ainda problemas relativos A PADRÕES DE CONSUMO E ESTILOS DE VIDA QUE SE TORNARAM IRRACIONAIS, se encarados em termos globais, como, por exemplo, o uso do automóvel particular no meio urbano ou o uso das embalagens plásticas, que visam pura e simplesmente o conforto e a vida pratica INDIVIDUAIS.
“SMALL IS BEAUTIFUL” (E.F.Schumacher) continua a ser a minha máxima. ACREDITO QUE, se cada cidadão fizer um esforço no sentido de que a sua vida dependa apenas do que é RACIONALMENTE produzível a nível local, muitos problemas locais (ambientais e sociais) diminuirão em cadeia, o que, obviamente, terá reflexos positivos à escala global.É que o ambiente vai desde o ponto mais distante da biosfera até à mais profunda das nossas entranhas. Nós somos parte dele.
Chatlein
Ricardo,
Sem duvida que é sempre melhor prevenir do que remediar! (Esse é o princípio básico do Direito Ambiental). Minha intenção foi somente essa, colocar o debate!
O aquecimento global é uma realidade e ninguém duvida disso.
Que o ser humano é um fator causador do aquecimento, também ninguém duvida disso.
O ponto interessante dessa “outra visão”, é lembrar que existem outras questões que podem ser mais “finalistas” para a espécie humana do que apenas o aquecimento global.
Por exemplo, a desnutrição. Adianta salvar a terra para termos algo como 3 bilhões de seres humanos morrendo de subnutrição? Ou falta de alimentação?
Não sou “do contra”; quero apenas PENSAR!
abs
Afonso
Caro D. Afonso XX
Por mais anacrônico que possa parecer eu “concordo discordando” de você. Primeiramente porque, sim, é preciso conhecer todas as versões antes de se imputar o veredicto, e conheço alguns geógrafos que acreditam num certo alarmismo por parte da ONU e de outros setores da sociedade civil. Entretanto, a mera possibilidade do Aquecimento Global causar as conseqüências previstas requer um conjunto de ações rápidas, entremeadas com a mudança da consciência humana em relação à natureza, para que não corramos risco da tragédia ser ainda maior.
É aquele velho ditado que a gente escuta em casa: “melhor prevenir do que remediar”.
Um abraço,
Ricardo Safra, estudante de Geografia