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E antes de pensar, leia!

Eu vou pensar aqui. Quiçá você leia!

Vejo gente reclamando do governo por fazer ajustes na economia. “Elevação de impostos”, berra a urubóloga-mor da mídia oligárquica, no que é seguida por todos quantos perderam que fosse o candidato deles a fazer tudo isso e muito mais.

Vejo gente que simplesmente – e sem saber de absolutamente nada – se aproveita para bater no governo. E, claro, na presidenta.

Um e meio por cento de aumento na alíquota do IOF para operações de crédito com até 12 meses não afetará o padrão de consumo dos brasileiros.

A uma, porque o grosso da renda é gasto em itens à vista: alimentação, educação, transporte e saúde. Imagino que ninguém compre uma caixa de Neosaldina em 12 vezes sem juros.

A duas, porque o comércio continuará ofertando crédito “sem juros”. Apenas vai embutir o IOF no preço e, convenhamos, dizer que uma geladeira custa 1000 ou 1015,00 não fará a mínima diferença. Mesmo porque, as pessoas em geral não guardam que ela custava 1000. Vão aceitar o 1015,00 como sendo o preço dado. E não deixarão de consumir.

A três, porque cobrar 0,22, a título de CIDE, no preço da Petrobras poderá ou não afetar o preço final da gasolina. Mas os arautos da desgraça já saem berrando “CORRÃO PRAS MONTANHAS!”.

Há quem não pense: o preço final da gasolina é determinado por inúmeros fatores, sendo um dos mais importantes o preço de importação do petróleo. Como é sabido, esse preço anda em baixa mundial. Daí que a Petrobras poderá absorver o aumento na CIDE. Ou não. Mas isso não autoriza a fazer alarde como se o Apocalipse vá acontecer mês que vem.

A quatro, equiparar atacadistas à indústria – IPI/COFINS – na área dos cosméticos, é defender a indústria nacional. Vejamos (e pense bem): importamos de tudo da China, inclusive cosméticos que são apenas embalados aqui no Brasil. Os atacadistas saem lucrando, pois conseguem vender mais esses produtos do que se intermediarem a venda dos produtos nacionais.

Ao serem equiparados à indústria, os atacadistas perderão competitividade com produtos chineses (o de qualquer país) e, presume-se, passarão a dar mais atenção à indústria nacional.

A cinco, e como se pode ver, o mundo do governo de um país não se resume às manchetes da mídia oligárquica.

(imagem do 247, aqui)

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoE antes de pensar, leia! Eu vou pensar aqui. Quiçá você leia! Vejo gente reclamando do governo por fazer ajustes na economia. 'Elevação de impostos', berra a urubóloga-mor da mídia oligárquica, no que é seguida por todos quantos perderam que fosse o candidato deles a fazer tudo isso e muito mais. Vejo...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!