O sempre ávido “capetalismo” não perdoa.

Atingimos a marca do “45+”. Famosa indústria de cosméticos brasileira, ao falar sobre idadismo, insiste, em seus vídeos, em citar a expressão e fazer referências a pessoas com mais de 45 anos em tudo o que falam.

Uma grande instituição voltada para o apoio ao desenvolvimento empresarial reduziu a faixa, por lei definida como iniciando aos 60 anos, para 50. E, sem a menor preocupação, dá “aulas” de como atingir a “economia prateada”, apresentando números e tendências de consumo deste “público consumidor da economia prateada”.

Inúmeros – e cada vez crescente – são os casos de empresas que se voltam para o público dito “idoso”. E, claro, maquiam o discurso e reduzem as pessoas a meros consumidores, sob o pretexto de estarem combatendo o idadismo. A grande instituição sequer isso faz; o negócio é vender consultoria para empresas venderem mais para esses consumidores.

Até aí, tudo bem. Afinal, empresas tem um único objetivo: lucro. Qualquer outra coisa que digam é lorota, conversa pra boi dormir, como diz o ditado. Se para isso for preciso surfar na onda do idadismo, vamos nessa! Se for preciso reduzir as pessoas a meros consumidores, melhor ainda. Afinal, fazemos isso desde que inventaram o “capetalismo”. E passamos a boiada por cima das pessoas idosas. Opa! Das pessoas, agora, 45+.

É justamente contra esse tipo abusivo de visão das pessoas, principalmente as pessoas idosas, que está surgindo em Porto Alegre um movimento. Um movimento que não apenas combate o idadismo, mas combaterá toda e qualquer forma “empresarial” que ignore a dignidade, que ignores a existência como seres humanos em suas plenitudes e em suas necessidades, a quase total ausência dos poderes públicos – estadual e municipais – em prover um envelhecimento ativo e saudável para uma população que representará  mais de 35% do total daqui a poucos anos.

Por uma sociedade sem idadismo é o lema. Por uma sociedade que não reduza pessoas idosas a mero consumidores, é a luta. Dignidade antes; consumo, o que for preciso, depois!

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