Debates do Faça – Educação Ambiental: a quem educar? O paradigmático caso das sacolas plásticas
Engana-se quem pensa que estamos longe da Idade Média.
Faço uma conta simples, baseada numa observação de dois meses: 90% do meu lixo é não-orgânico. Isso mesmo, de cada dez sacolas plásticas jogadas no lixo, apenas um contém lixo orgânico.
Faço outra contra simples: a cada dois dias (período do caminhão do lixo) entrego de três a quatro sacolas contendo lixo não-orgânico e uma, não totalmente cheia, de lixo orgânico. Traduzindo em termos mensais, coloco na natureza algo em torno de 60 sacolas plásticas (leve-se em consideração que são utilizadas duas sacolas, de cada vez, para acondicionamento do lixo orgânico, pois as sacolas ou estão furadas ou não suportam o peso).
Faço mais outra conta simples: o mesmo conteúdo de lixo pode ser acondicionado, a cada dois dias, em um saco de 30 litros, para o não-orgânico, e em um de 15 litros, para o orgânico. Meu despejo mensal de plástico na natureza reduz-se, então, para exatamente a metade, com a vantagem que os sacos são biodegradáveis (conforme anuncia a marca que compro). Ora, um pacote de sacos de 30 litros custa algo em torno de R$15,00 e o de 15 litros, R$ 12,00. Cada pacote contém 20 unidades. Simples. Os sacos custam R $0,75 e R$ 0,60. Logo, meu gasto mensal, com sacos plásticos, é de R$ 24,00.
A última conta, essa não tão simples: sou um tipo “classe média”; família de consumo médio; trabalho e almoço fora todos os dias da semana. Tomo um refrigerante no almoço. Todos os dias. A R$ 2,00 cada um. Fizeram as contas? Pois é, R$ 44,00 por mês só de refrigerante.
E alguém aí ainda tem coragem de dizer que sacos de plástico são caros e que por isso vai continuar usando as sacolas de supermercado?
Quem tem coragem, cara pálida? Quem não se importa em pagar mais caro para carregar o nome de um qualquer, na roupa, na boca, ou na bolsa, só porque é “moda”?
Quem vive de superficialidades e depois se esconde atrás do “preço” de um saco de plástico? Tenham ao menos vergonha na cara de assumir e de dizer: não faço porque estou me lixando pro resto do mundo. Mas não venham dizer que vinte e quatro reais são a causa da hipocrisia.
A quem devemos educar?
Uma pequena história real para ilustrar:
Local: escola da minha filha. Uma creche, como se dizia antigamente.
Protagonistas: auxiliar de cozinha, recentemente contratada, e uma mãe, profissional liberal.
Mote 1: a escola adotou um programa de educação ambiental que inclui a participação ativa dos funcionários.
Mote 2: a escola desenvolveu um projeto de criar sacolas ecológicas a partir de jeans doados pelos pais, com motivos desenvolvidos pelas crianças.
Cena 1: Diretora conversa com a mãe.
Diretora: Fulana, não vais trazer uns jeans para fazer as tuas sacolas?
Mãe: Nem me vem com essa história de sacolas de pano. Uso há muito tempo as do super e me servem muito bem. Além do mais, como vou fazer com o lixo? Elas são de graça e os sacos custam caro. [e termina a conversa com uma frase lapidar] Essa história de aquecimento, de cuidar do meio ambiente é tudo bobagem [repito: a história é verdadeira e trata-se de uma pessoa de “nível superior”].
A quem devemos educar?
Cena 2: Diretora conversa com a auxiliar de cozinha.
Diretora: Fulana, aqui na escola temos um programa de educação ambiental, no qual todos os funcionários participam. Queria saber o que pensas sobre os problemas do meio ambiente…
Auxiliar: Olha, Dona …, eu não sei muita coisa. Escuto muito o pessoal falar disso por aqui, umas coisas meio complicadas, mas o que eu acho é que é tudo a mesma coisa, gente, bichos, plantas e que se a gente não cuidar, vai fazer mal pra gente também…
A quem devemos educar?
As crianças, felizmente – e a par de algumas terem mães como essa “de nível superior” – estão sendo formadas pelas escolas numa nova visão de mundo. Mesmo com todas as dificuldades que as escolas enfrentam, no que diz respeito a pedagogia da educação ambiental (e em muitos casos o próprio desconhecimento de como fazer educação ambiental) elas estão fazendo a sua parte. Ou procurando fazer.
O problema está na educação dos adultos. No caso da auxiliar, apenas de uma educação formal, conceitual, que traga para ela um pouco mais de explicações para algo que nela é natural.
No caso da mãe? Deu vontade de dizer “desisto!”, quando a diretora me pediu para conversar com ela. Fiquei pensando: a quem devemos educar? E lembrei-me da parábola so semeador:
“Eis que o semeador saiu para semear. E ao semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho e as aves vieram e a comeram. Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra. Logo brotou, porque a terra era pouco profunda. Mas, ao surgir o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou. Outra ainda caiu entre os espinhos. Os espinhos cresceram e a abafaram. Outra parte, finalmente, caiu em terra boa e produziu fruto, um cem, outra sessenta e outra trinta.” (O resto todos conhecem…)
A quem devemos educar?
https://www.escosteguy.net/debates_do_faca_educacao_ambie/Debates AmbientaisFaça a sua parteEngana-se quem pensa que estamos longe da Idade Média.Faço uma conta simples, baseada numa observação de dois meses: 90% do meu lixo é não-orgânico. Isso mesmo, de cada dez sacolas plásticas jogadas no lixo, apenas um contém lixo orgânico. Faço outra contra simples: a cada dois dias (período do...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy
Era uma vez…Espaço
Era uma vez um menino muito grande e bonito chamado Espaço.
O tempo foi passando, mas Espaço não cresceu; diminuiu. Começou a conviver, sem querer, com sua amiga Sobrevivência e, de repente, as pessoas se amontoaram e quase o sufocaram.
De uma coisa vocês não sabiam, Espaço está chocado, porque o inimigo Poluição invadiu o território, tomou conta dos seus ares e foi um fracasso. Espaço está contaminado.
Noutro dia mesmo, Espaço já ia brigando com seu melhor amigo, Segurança. Em todos os lugares em que ele se mexia, surgia Medo, parceiro de Insegurança, para o perturbar. Espaço teve que se armar. Mas será que resolveu o problema? Ele está apavorado com tantos inimigos…
Paz, irmã de espaço, que agora mora longe, telefonou para a prima Natureza e pediu ajuda. Afinal de contas, os passarinhos, as árvores, o perfume das flores, o seresteiro, o tocador de realejo, o poeta, as crianças, estão reclamando de espaço, todo dia, com razão. Eles querem se instalar, definitivamente. Estão sendo jogados de um lado para o outro.
Espaço desculpou-se com Natureza e disse que o culpado não é só ele. As pessoas vivem correndo atrás de Sobrevivência e se esquecem de que existe oportunidade em outros lugares.
Agora, a solução está entregue a Dr.ª Gente, capaz de estudar com calma os prós e contras da reclamação de Espaço. O corre-corre, os enfartes, o empurra-empurra dentro do caldeirão cultural, a neurose de tempo, as angústias de ter, serão solucionados, porque estas são a sua especialidade. Se isto não acontecer, muito em breve, Espaço vai ficar vazio, as pessoas se desintegrarão nos braços da inimiga Morte. Seria muito triste. Espaço gostaria de crescer, abrigar a todos que o procurassem, para que sua irmã, Paz, não fosse morar tão longe.
Ivone Boechat
como tralhar a reciclagem em minha cidade.
Monica,
A internet é um vasto campo de informações. Mesmo aqui no Faça, temos as páginas (aí na coluna direita) com a “Idéia 38” (Dia da Terra) e a “3 Atitudes Ecoconscentes”, onde diversas pessoas colocaram pequenas coisas que se propõem a fazer e que estão ao seu alcance. Outro aspecto, é que poderias juntar pessoas da tua comunidade/bairro e peticionar/incomodar na prefeitura para que comecem a fazer coleta seletiva. Por outro lado, mesmo o falar bonito pode ter algum resultado, desde que quem fale saiba que está, também, fazendo. Qualquer dúvida podes, também, escrever para nosso mail: [email protected]
Mônica
Tua frase: “Os ecologistas falam muito lindo, mas a coisa é pouco elucidativa” resume bem meu sentimento.
Por isto eu entrei neste debate. Acho que os blogs devem debater mais e não ser um coro. Há divergências, há necessidades, há aspectos sociais, há consumos variados,…
Por exemplo, não se deve lavar recicláveis, é um desperdício de água. Sempre uso as embalagem de xampú como exemplo do reciclável mais limpo da casa. Sempre usado num momento de higiene máxima. Eu aproveito a ultima espuma lavando e usando no meu cabelo. Muita gente coloca aquela embalagem limpissississima junto com papel higiênico e pronto, se contaminou o mais limpo com o mais sujo da casa.
Difícil é conviver com o lixo, quem tem espaço poderia estocar o lixo, não lavado, por uns dias, antes dele feder (restos fermentarem), porem parece mais prático usar o serviço de coleta que passa na frente de nossa casa.
Quanto a água dos ciclos produtivos, já há o conceito de “água virtual” á água associada a todos produtos. Cada litro de refri tem sua outra água usada na higienização da linha (já trabalhei na gestão ambiental de uma grande empresa de refrigerante). Um quilo de carne, suina ou bovina, tem muita água associda a vida do animal e o processamento e distribuição da carne. Sem falar na higienização no lar, pré e pós consumo.
O consumo tende a aumentar, só questiona o consumismo quem tem. Quem não tem quer consumir. Abrir mão de confortos é complicado.
Acho que todo esforço em prol do ambiente é louvável, mesmo a moral de cuecas, mesmo o faça o que eu falo, não faça o que eu faço.
Mônica
Tua frase: “Os ecologistas falam muito lindo, mas a coisa é pouco elucidativa” resume bem meu sentimento.
Por isto eu entrei neste debate. Acho que os blogs devem debater mais e não ser um coro. Há diveregências, há necessidades, há aspectos sociais, há consumos variados,…
Por exemplo, não se deve lavar recicláveis, é um desperdício de água. Sempre uso as embalagem de xampú como exemplo do reciclável mais limpod a casa. Sempre usado num momento de higiene. Eu aproveito a ultima espuma lavando e usando no meu cabelo. Muita gente coloca aquela embalagem limpissississima junto com papel higiênico e pronto, se contaminou o mais limpo com o mais sujo da casa.
Difícil é conviver com o lixo, quem tem espaço poderia estocar o lixo, não lavado, por uns dias, antes dele feder (restos fermentarem), porem parece mais prático usar o serviço de coleta que passa na frente de nossa casa.
Quanto a água dos ciclos produtivos, já há o conceito de “água virtual” á água associada a todos produtos. Cada litro de refri tem sua outra água usada na higienização da linha (já trabalhei na gestão ambiental de uma grande empresa de refrigerante). Um quilo de carne, suina ou bovina, tem muita água associda a vida do animal e o processamento e distribuição da carne. Sem falar na higienização no lar, pré e pós consumo.
O consumo tende a aumentar, só questiona o consumismo quem tem. Quem não tem quer consumir. Abrir mão de confortos é complicado.
Acho que todo esforço em prol do ambiente é louvável, mesmo a moral de cuecas, mesmo o faça o que eu falo, não faça o que eu faço.
Depois que comentei aqui ontem, fiquei pensando: mas que exemplo essa mulher está dando para a filha?
Então precisamos educar todo mundo, sim, crianças e adultos. E as escolas podem ter um papel fundamental, ensinando às crianças e estimulando-as a levar o assunto para casa, discuti-lo com os pais, cobrando atitudes dos pais.
E, sim, o consumismo desenfreado precisa ser combatido. Essa mania de que precisamos ter mais, mais, mais… E é algo difícil de trabalhar.
Por falar nisso, Afonso… Sabia que, para se produzir um litro de refrigerante, gasta-se de 2,5 a 5 litros de água? Food for thought. 😉 E encontrar esses dados para os produtos que costumamos consumir também é importante, porque não é só o consumo depois que vai pra prateleira do supermercado. É todo o processo de produção que precisa ser analisado. Difícil, muito difícil.
Maria Augusta, é exatamente da forma que vc coloca q eu acredito na estratégia vencedora de ter algumas celebridades disseminando a causa ambiental. É fundamental hoje em dia, em minha opinião. Porque elas, com nome e “fashion status”, conseguem atingir um público que em geral não está nem aí pro que não seja shopping center. Como a moça que o Afonso cita no texto.
Monica, eu uso estas sacolas aqui:
http://www.dover-roll.com.br/drbio.htm
Quanto ás embalagens, não as lave, apenas separe-as, pois serao lavadas novamente, o que seria um desperdício de água.
beijo, menina
Eu acho que falta educação em nível geral. Os ecologistas falam muito lindo, mas a coisa é pouco elucidativa. Por exemplo: vou fazer o aproveitamento das minhas embalagens de xampu. Para tanto, irei doá-las a uma instituição. Terei de lavá-las, para que fiquem próprias para o uso. Portanto, gastarei muita água, já que a espuma que fica na embalagem não é fácil de tirar. O mesmo vale para latinhas de refrigerante, de cerveja. Na minha cidade, não há coleta seletiva de lixo. Tento separar em sacos específicos, mas sei que vai tudo para o mesmo saco no final das contas, já que não há seleção e beneficiamento de lixo. O que fazer então? E esse mágico saco plástico biodegradável? Onde conseguir? Nunca ouvi falar nessa tecnologia.
Por mais pessimista que pareça, acho que a coisa está longe de ter avanços. Mas, dando uma de possível otimista que acredita em possíveis avanços, falo o seguinte: a gente precisa de informação técnica, de manuais que expliquem como fazer a coisa certa. Porque, mesmo querendo fazer a coisa certa, às vezes não sabemos como. E ecologista falando bonito é algo muito distante do “saber o que fazer realmente”. Saber o que está errado é fácil. Basta olhar em volta. Agora, saber o jeito certo de fazer as coisas é muito mais difícil. E esse jeito certo eu não sei. Comprar um triturador de alimentos e botar na pia? Usar esse ou aquele tipo de saco plástico? Gastar água limpando embalagens recicláveis ou doá-las sujas porque, supostamente, quem as recebe tem como limpá-las com menos gasto de água? Sinceramente? Não faço a menor idéia do que fazer para que as coisas melhorem.
Abraços,
Mônica.
MAria Augusta,
“Dizem que no amor e na guerra tudo vale, neste caso temos os dois, o amor pelo futuro das nossas crianças e a guerra contra as agressões ao meio ambiente…”
Até porque, sem o segundo, jamais teremos o primeiro…
Erny,
Ser ou não baixo custo depende da renda familiar, claro. Concordo contigo. A questão não é essa, apesar de ter me utilizado do exemplo. E a lógica proposta não é a de abandonar o refri ou o cigarro para investir na gestão ambiental. Não cobro atitudes ecológicas pelos hábitos alheios. Apenas dei meu próprio exemplo para comparar com pessoas que reclamam quando são instadas a tomarem atitudes ecológicas e se defendem alegando custos (veja o caso das fraldas de pano). O consumismo deve e pode ser combatido por si mesmo. E essa é uma das mensagens do texto: para combater o consumismo é necessário, ANTES, um longo e demorado processo de educação ambiental dos adultos, pais que são dos futuros consumidores. O tema do “Consumo Consciente” será colocado nos dias 13 e 14 de junho.
Minha tese é de que “devemos educar os adultos de hoje, caso contrário, escola alguma vai conseguir educar as crianças”.
E ninguém quer santos, apenas gente consciente. abs
Entra post, sai post, os temas mudam, mas o problema de fundo é sempre o mesmo : o nosso consumo exagerado, esta mentalidade na qual fomos criados que é preciso “ter” para existir.
Para atacar o problema das sacolas de plástico, os supermercados tem que parar de fornecê-las ou então fornecer biodegradáveis, na Europa eles já fazem isto.
Quanto a esta pessoa dita “superior”, realmente não adianta tentar educá-la, ela se acredita a dona da verdade. O “calcanhar de Aquiles” seria sua própria superficialidade. É preciso dizer : “A Gisele Bundchen (ou uma outra top model) só usa sacola de pano para ir às compras, é chiquíssimo”. Dizem que no amor e na guerra tudo vale, neste caso temos os dois, o amor pelo futuro das nossas crianças e a guerra contra as agressões ao meio ambiente…
Afonso
O que tu determina baixo custo (R$ 24,00) para compra de sacolas eu acho um absurdo, um gasto exagerado e desnecessário.
Acho que a lógica de que deixar de gastar em futilidades, para gastar na gestão ambiental (compra de equipamentos), não é O foco, pois se poderia retrucar, tu questiona meus refris mas tu fumas!
Cada um ve futilidades alheias, mas não ve as suas. Até porque o que é futil para um é essencial para outros.
O consumismo deve ser atacado por si só, se a gente começar a cobrar atitudes ecológicas pelos hábitos alheios, poderemos ter respostas atravessadas.
Atualmente não existem santos e nem beatificáveis na área ambiental, o ser humano por existir tem a sua pegada.
Sou pessimista quanto a nossa geração, mas otimista quanto a próxima.
Afonso
O que tu determina baixo custo (R$ 24,00) para compra de sacolas eu acho um absurdo, um gasto exagerado e desnecessário.
Acho que a lógica de que deixar de gastar em futilidades, para gastar na gestão ambiental (compra de equipamentos), não é O foco, pois se poderia retrucar, tu questiona meus refris mas tu fumas!
Cada um ve futilidades alheias, mas não ve as suas. Até porque o que é futil para um é essencial para outros.
O consumismo deve ser atacado por si só, se a gente começar a cobrar atitudes ecológicas pelos hábitos alheios, poderemos ter respostas atravessadas.
Atualmente não existem santos e nem beatificáveis na área ambiental, o ser humano por existir tem a sua pegada.
Sou pessimista quanto a nossa geração, mas otimista quanto a próxima.
Erny,
Sem dúvida que a questão não se resume às sacolas/sacos de plástico. Mas muito tem a ver com o consumo das pessoas e o como as pessoas percebem o mundo em que vivem. Por isso a educação ambiental deve ser muito mais que simplesmente ajudar a conservar ou a mudar hábitos/vícios (eu fumo, bem sabes). Tem a ver com “consciência ambiental”, que não implica em abandonar muitos dos hábitos/vícios que temos, mas sim a forma como agimos em relação a eles. O caso serviu apenas para tentar mostrar que essa falta de consciência atinge muito mais os atuais adultos, dos quais se supõem já poderiam tê-la. abs
Por isso minha esperança está com as criancas, só elas podem realmente mudar alguma coisa. Como diz o velho ditado: é de pequeno q se torce o pepino.
Afonso
Para mim os luxos e excessos individuais não devem ser o principal motivo para justificar a agressão ao ambiente.
Até porque nestas horas faltariam espelhos. O cigarro de um, o refri de outro, o choppe daquele, o estilo de vida alheio, sem o mea culpa.
Quanto a sacolas plásticas um alternativa simples é pedir sacolas maiores. Grandes mercados possuem sacolas mais reforçadas que podem atender a necessidade de disposição do residuo diário de uma casa. Para o dia a dia uma sacola de pano, para pequenas compras, Num rancho maior basta pedir um sacolão, uma caixa (só que estas os catadores pegariam). Outra alternativa é estocar o lixo em casa, não usar o serviço a cada dois dias e sim a cada quatro, mas daí será que estamos preparados para conviver mais tempo com nossos resíduos e rejeitos. Lembre do efeito NIMBY (Not In My Back Yard).
O lixo da grande maioria dos leitores de blogs, de cidades com boa infra-estrutura, vai para natureza mas passa por um aterro. Ali a matéria orgânica se decompoe, vira gás, que pode ser aproveitado, vira chorume, que pode ser tratado e ali ocorre a concentração dos recicláveis. O que catadores e sistemas de trigam não pegaram, é no aterro que a matéria orgânica se vai e o reciclável se concentra.
Não tenho dúvidas que os atuais aterros serão “minerados” no futuro.
A cada dia novas tecnologias tem viabilizado reciclagem de materiais que hoje são rejeitos. As sacolinhas de hoje, que abundam nos aterros, serão recuperadas logo logo. Já há garimpagem de PET dos anos 80 em aterros do interior/litoral do RS.
Ontem visitei um projeto de lavagem de sacolinhas e sua transformação em sacolas de lixo. Belo projeto, pena que mal gerido, mas isto a gente pode e deve ajudar.
Não nego que as sacolinhas sejam um problema.
Eu acho que “incentivar” a compra de sacolas de lixo é incentivar sua produção. O negócio é reduzir. Consumo e volume de lixo. Prensar recicláveis (não lavá-los), organizar orgânicos, ajeitá-los de forma a reduzir seu volume, quem sabe dentro de embalagens não recicláveis (por exemplo, avaliar se há reciclagem de embalagens tetra-pak na redondeza, basta ver se os catadores as pegam).
Embalagens de leite acomodam um litro de rejeito orgânico (eu uso tais embalagens para guardar restos de alimento para animais e para levar para compostagem).
Vinte quatro reais, numa família que ganha salário mínimo é o leite de um mês. Temos que lutar para que todos tenham 24 pilas para poder gastar em sacos de lixo, mas no dia que o povo tiver este poder aquisitivo, teremos muito mais consumo. Espero que tambem tenhamos maior conciencia ecológica.
Afonso, é isso mesmo, nós adultos, de “nível superior”, é que precisamos ser educados.
E sabe o que eu acho? Que precisamos da ajuda das crianças e dos adolescentes, que sabem muito mais sobre o assunto. E também das pessoas simples, que já reaproveitam e reciclam naturalmente.
Ainda quero saber mais sobre o programa de educação ambiental da escola da Condessa. Vou continuar cobrando… 😉