De quem é a culpa: do Legislativo, do Executivo, ou nossa?
Pois é,
Também me pergunto a razão de um tema desses fazer parte de um ciclo de debates sobre questões de meio ambiente. Vivemos sob a égide da culpa e sempre procuramos por ela, seja para encontrar outro responsável, que não sejamos nós, ou para encontrar a desculpa perfeita, caso sejamos nós os responsáveis.
É de todos conhecida a fama que temos de sempre culpar o governo e o legislativo, seja por deixar de fazer aquilo que julgamos que deveria ter feito, seja por fazer de forma diferente daquela que queríamos. Não importa. Si hay gobierno, soy contra!
Da forma como lidamos com a culpa depende a solução para os atuais e futuros problemas do meio ambiente. “A culpa não é minha” é uma frase que muita gente ainda diz. A falta de culpa também tem ajudado muita gente a manter um padrão de consumo inconseqüente, valorizando soluções industrializadas em detrimento daquelas mais ecológicas.
Mas será que deveríamos agir apenas para sufocar a culpa ou para compensar a sua falta?
https://www.escosteguy.net/de_quem_e_a_culpa_do_legislati/Debates AmbientaisFaça a sua partePois é,Também me pergunto a razão de um tema desses fazer parte de um ciclo de debates sobre questões de meio ambiente. Vivemos sob a égide da culpa e sempre procuramos por ela, seja para encontrar outro responsável, que não sejamos nós, ou para encontrar a desculpa perfeita, caso...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy
Não há que se falar de culpa mas, sim, de responsabilidade objetiva, sem excludentes.
Quando aprendermos a ser responsáveis e a cobrar responsabilidade, as coisas melhorarão.
“Para realizar estas aspirações [de desenvolvimento sustentável], devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa
comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. **Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos.** O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando
vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.”
Trecho da “Carta da Terra” (http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf)
Agora não me lembro mais se foi Monteiro Lobato ou Stanislau Ponte Preta quem disse que o “povo” costuma se referir aos governantes com um vago “eles”, que faz parecer que os políticos são escalados por marcianos com o único intuito de infernizar os pobres terráqueos…
Tirando o Judiciário (não me entra na cabeça que um “Poder” com tanto poder possa ser exercido por gente que não foi eleita, mas isso é outro assunto…), os outros dois são exercidos por gente levada aos cargos por voto universal, secreto e, no Brasil, por um sistema de absoluta transparência.
Mas o certo é que “culpa” é um pobre “bode expiatório”. Enforcar os “culpados” não resolve problema algum… mas é sempre mais fácil do que assumir a responsabilidade sobre o estado de coisas, e, mais ainda, do que renunciar às “conveniências” de um sistema de produção perdulário e porco.
Eu não quero enveredar para o debate sobre a validade da “democracia”, mas o fato é que, quando a plebe descobre que pode se votar “pão & circo” indefinidamente, o faz. E, quando o “pão & circo” acabam, basta procurar um novo “bode expiatório” para “culpar”: foram “eles”…
A Lúcia Malla está com um artigo sobre o outbreak de estrelas do mar… Eu suspeito que o outbreak da espécie “Homo Sapiens” talvez seja a pior ameaça.