De sininhos e outros sons que vêm de longe…
O Brasil, após anos de apatia, se reencontrou com os protestos.
O Brasil também dá mostras de que esqueceu as lições de quem fez protestos em épocas em que eram bem mais necessários.
Resulta que hoje muitos brasileiros não sabem como lidar com os protestos que começaram em junho de 2013 e sofregamente resistem ainda hoje.
O primeiro fato, incontestável, foi a distorção de objetivos havida já nas manifestações iniciais.
Os chamados “vândalos” são seres inerentes a qualquer ajuntamento popular. Sempre haverá quem queira roubar, depredar ou cometer qualquer coisa, desde que possa se sentir “escondido” na multidão.
O desvio aconteceu quando a mídia transformou o vandalismo puro em ato político. E todos sabemos a razão pela qual a mídia fez e segue fazendo isso.
O segundo fato, também incontestável: ninguém protesta por um país melhor (saúde, educação, transporte, segurança…) com gasolina, molotovs, máscaras “y otras cositas mas”…
A onda de protestos começou em Porto Alegre com a defesa das árvores que seriam derrubadas para alargar uma via dita “para a Copa”. Logo após, estudantes protestaram contra o aumento da passagem dos ônibus, também em POA.
O movimento ganhou o país e a mídia nacional. Antes disso, era absolutamente pacífico e com objetivos claros! Era por vinte centavos. E por tudo o que poderia estar embutido em vinte centavos, menos a violência.
Quando ganhou São Paulo e Rio de Janeiro, sedes da mídia nacional, ganharam também os chamados “vândalos”. Daí para o fomento de atividades criminosas foi um pulo.
Terceiro fato, ainda incontestável: se os de esquerdas reclamam dos “coxinhas”, por seu comportamento absolutamente conservador e elitista, devemos reclamar, também, dos “esquerdinhas”, por comportamento similar: a defesa intransigente e impensada de comportamentos meramente por supostamente representarem uma “liberdade”.
No meu tempo de manifestante não havia confusão entre liberdade e libertinagem. E no meu tempo já existiam “vândalos”.
Quarto e último incontestável fato: vandalismo é uma coisa, atos de natureza política é outra. Atos de natureza política é uma coisa; vandalismo como ato de natureza política é outra coisa.
A nós, como sociedade representada pelo Estado, cabe não aceitar uma ou outra forma de vandalismo.
Vivemos, queiram alguns ou não, em uma democracia onde o Estado DEVE, sim, cuidar pela ordem pública. E, pelo sim ou pelo não, deve agir preventivamente, ainda mais quando existe histórico de atuação e fortes comprovações (escutas legais) de arranjos sendo feitos não para exigir direitos, mas para romper com direitos duramente conquistados.
Respeito a todos quantos saíram em defesa dos presos antes do jogo final da copa. Só não posso compartilhar com todos quantos esquecem que a razão deve preceder a paixão ideológica!
https://www.escosteguy.net/de-sininhos-e-outros-sons-que-vem-de-longe/O ChatoO Brasil, após anos de apatia, se reencontrou com os protestos. O Brasil também dá mostras de que esqueceu as lições de quem fez protestos em épocas em que eram bem mais necessários. Resulta que hoje muitos brasileiros não sabem como lidar com os protestos que começaram em junho de 2013...Luiz Afonso Alencastre Escosteguy [email protected]AdministratorEscosteguy