Conferência de Copenhague (COP-15): uma história que até hoje não deu certo! – I
Parece que falar em “mudanças climáticas” é algo recente. Não é! Com outros nomes ou finalidades, a preocupação com a relação entre presença humana na Terra e a existência de recursos naturais suficientes para garantir essa presença é antiga.
Salvo melhor pesquisa e apenas para citar um exemplo, quem levantou pela primeira vez a questão, ou ao menos se tornou conhecido por isso, foi Thomas Malthus, em 1798, ao afirmar que a população cresce de forma geométrica enquanto que a produção de alimentos cresce de forma aritmética.
Pobre Malthus. Se tivessem dito a ele a palavra “transgênico”, teria surtado ali mesmo. Jamais teria condições de imaginar o que a ciência seria capaz de fazer em prol da produção de alimentos. Claro que errou, e feio! Claro que também não teria condições de imaginar que somos capazes de produzir alimentos para qualquer tamanho de humanidade. O problema não é a produção, mas, sim, a distribuição. A humanidade passa fome (e morre de fome) porque uns poucos querem – e precisam – que muitos passem fome (e morram de fome). É a regra básica do sistema que começou a se desenvolver na mesma época de Malthus e que ele não veria (Malthus morreu em 1834) na sua plenitude. A lógica do capitalismo, atualmente exacerbada pelo capitalismo financeiro, é essa: os alimentos valem seu peso em dinheiro e não pelo número de pessoas que possa alimentar.
Chegamos ao cúmulo: produção de alimentos em excesso é ruim, faz baixar o preço. Mas o que é excesso nesse caso? Será alimento que sobrou depois de alimentar todas as pessoas do mundo? Não, trata-se apenas de excesso em relação ao que se pode ganhar financeiramente com essa produção. As pessoas famintas, mundo afora, que se danem. Prefiro jogar fora.
Malthus errou. Nem poderia ser de outra forma: qualquer afirmação sobre a presença humana na Terra e seu futuro está fadada ao erro. Sou obrigado, no entanto, a abrir uma exceção. Há uma afirmação sobre o futuro que parece não estar fadada ao erro: a Terra está se aquecendo e as mudanças climáticas porão fim a existência humana. Por quê?
Porque a história recente das tentativas de resolver o problema foram todas, sem exceção, absolutamente inúteis. É o que veremos nos próximos posts.
Pronto para o debate? Faça qualquer coisa, só não faça “nada”. Só não reclame se faltar energia elétrica na sua casa porque choveu demais, ou porque choveu de menos. É assim que será se a COP15 seguir os passos das suas antecessoras: demais ou de menos!
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