A relação!

(inspirado num post da Camila Victor)

Diz ela: “Aí, ouvi outro dia: “seu carro está super velho e você gasta horrores com escola particular, pra quê?””

O grande mal que a publicidade/propaganda – e a mídia que fatura em cima – é justamente esse: tirar das pessoas a capacidade de relacionar. Relacionar valores.

Calma! Não sou aquela deputada carioca (ou vereadora, sei lá), que posava nua na Playboy e hoje posa de moralista.

Perdemos valores mais cotidianos que a moral ou a ética.

Não sabemos mais qual a relação existe entre o preço de um tomate e o de um chuchu. Não sabemos mais o quanto custa produzir um tomate e o quanto custa produzir um chuchu.

É tamanha a cadeia de atravessadores e enganadores (propaganda e mídia que lucra), que o único que sabemos é o valor “absoluto” da plaqueta no super, ou na banca do mercado. Ou, pior ainda, pelas notícias “aterrorizantes” da mídia…

Um mundo líquido, só para usar a expressão do Baumann. Um mundo de um estado só: um mundo sem relação entre as coisas.

A angústia que vivemos é a angústia da falta de relação, da relação entre os valores que cada coisa possui para nós. Tudo é “commoditie” e, portanto, só tem o valor que o “mercado” quer que tenha.

Transferimos a crítica para o mercado.

E o mercado nos vende que carros valem mais que a educação dos filhos.

Afinal, filhos educados farão como os pais: enquanto o fusquinha servir, trocar pra quê?