earth

“Se todos consumirem como os norte-americanos, que são 5% da população mundial e responsável pelo consumo de 35% de todo o petróleo produzido no mundo, precisaríamos de quatro Terras para dar conta. Mas a Terra é uma só e os recursos são escassos”.

O argumento acima, escrito de diversas formas, mas sempre com o mesmo sentido, é um dos principais dos defensores “da natureza”.

Há um choque fundamental aí: consumismo e escassez. Ambos os conceitos provém da “ciência” que dava sustentação ao sistema capitalista.

Em primeiro lugar, não existe escassez de recursos. Básico. A Terra tem em grandes quantidades de tudo o que precisamos.

Em segundo lugar, não existe esse tal consumismo. Essa ideia é produzida pelos mesmos produtores dos produtos que querem ver consumidos. Mas no máximo uns 25%, dos 7 bilhões de habitantes da Terra são capazes de consumir, minimamente, tudo quanto dizem ser o tal “consumismo”: tecnologia, agroindústria e derivados do petróleo (energia está por trás de tudo isso).

Na verdade, fomos educados, aculturados, a pensar que a vida só existe até no máximo alguns metros na nossa frente, ou seja, nos shoppings e nos engarrafamentos de trânsito. Ou quando alguns milhares ficam em filas para comprar o último modelo de celular. Convenhamos, além de estatisticamente irrelevante, não passam de um bando de idiotas. Um bando de idiotas não define consumismo. Mas é preciso mostrar esse bando de idiotas para que outros se sintam atraídos…

Bilhões morrem de fome e de sede não por escassez de água ou de terras para plantar e não por falta de computadores ou de acesso às redes sociais (onde vivem os que acreditam no consumismo e na escassez).

Duas verdades pelas quais deveríamos realmente lutar: não existe consumismo e não existe escassez. O que existe é uma ideologia educacional explicitamente voltada para criar (dentre os que têm acesso a educação, claro) consumidores de inutilidades e para justificar, com base na escassez, o lucro que somente os produtores terão.

O conflito todo está em tomar como modelo o “querer ser como os norte-americanos” e, a partir daí pensar que precisaremos de quatro Terras. Vejam o conflito que o próprio sistema cria: precisamos consumir, mas se todos consumirem não haverá para todos.

Isso é uma falácia, pois parte do pressuposto (verdade dada) de que não devemos questionar o que deve ser consumido. Está dado e pronto. Quem puder, ótimo; quem não puder, ignoramos, pois não existe.

E o mundo dito consumista e escasso não passa de risíveis 25%…

Muita gente enche a boca para dizer que o socialismo ruiu junto com uma das suas experiências, o comunismo. Mas essas mesmas pessoas não são capazes de ver que o capitalismo nunca funcionou. Ou será que podemos dizer de um sistema, que deixa 6 bilhões de seres humanos fora de tudo, que seja um sistema que resolveu os problemas da humanidade?

Diga-me onde tem escassez e consumismo e te apontarei o capitalista que os gerou.

Ou, como dizem por aí, não há pior ser humano, do que o empregado que defende o patrão.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO Chato'Se todos consumirem como os norte-americanos, que são 5% da população mundial e responsável pelo consumo de 35% de todo o petróleo produzido no mundo, precisaríamos de quatro Terras para dar conta. Mas a Terra é uma só e os recursos são escassos'. O argumento acima, escrito de diversas formas,...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!