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Que me corrijam os estudiosos do comportamento humano e da sociedade brasileira, caso eu esteja errado, mas o período que será conhecido na história do Brasil como “As Manifestações de Junho”, nome que será registrado nos livros de história, em suas próximas edições, não passou de uma breve exaltação dos extremos.

Apesar de alardeados como grande novidade, os movimentos que fizeram o “gigante acordar” e que despertaram o talento de analista sócio-político em quase todos os brasileiros, não deram em nada.

Indiscutivelmente em nada! Permanece tudo como dantes no quartel de Abrantes. Só que não! Na verdade, tirando alguns centavos em algumas passagens de ônibus em algumas pouquíssimas cidades brasileiras, tudo o mais só fez piorar. Dúvidas quanto a isso? Vejamos.

Alguém, em sã consciência, acreditava mesmo que algo mudaria em nossa política? Que nossos representantes mudariam sua forma de atuação? Que levariam em consideração as demandas? Em vésperas da mais esperada eleição do século, alguém acha mesmo que algum político iria mudar?

Sequer preciso perder letras detalhando tudo quanto não fizeram. Ou, dito de outra forma, nossa política segue exatamente como era antes de junho. Até mesmo anunciadas grandes novidades, na forma de “ser e fazer política”, permanecem como sempre foram: interesses pessoais acima de tudo: a ver as “associações” que começam a pipocar para ver quem tem mais força para “varrer com o PT” do governo.

Reforma política? Repito: alguém imaginava que fariam alguma coisa em vésperas de eleição? Não só não fariam, como não fizeram e nunca farão. Ah! Que saudade do Abrantes…

Mudou alguma coisa na sua cidade? Claro que não, né? Mobilidade? O que é isso? Pois é, também quero saber. Mas era uma das pautas dos movimentos… A indústria automobilística segue vendendo adoidada, entupindo nossas cidades de automóveis. Entendi: mobilidade é possibilitar a quem tem carro chegar antes no trabalho.

Discutimos se a Marina deveria ou não se filiar ao PSB, mas seguimos esquecendo que vivemos nas nossas cidades. E nossas cidades seguem sendo como Abrantes, tomadas por franceses modernos, nossos políticos que viram prefeitos…

Sua saúde, ou a de seus familiares, vão bem? Se você acredita em Deus, ajoelhe-se e reze “pais nossos e aves marias” agradecendo. Se não acredita, ajoelhe-se e comece a chorar. Não pela saúde, mas pelo dia que precisar dela.

Porque verdade seja dita: por mais que o governo se esforce e por mais que o SUS seja um sistema que resolve 80% dos problemas de saúde da população, ainda assim carecemos de um tratamento estratégico para a saúde. Mesmo porque, saúde também é a chamada “saúde privada”, aquela dos planos que quase todo mundo tem e que todo mundo acaba se incomodando quando precisa. Mas só reclama do SUS, claro! A política de saúde continua como dantes… Ah! Que saudade do Abrantes…

Educação, estradas, petróleo… Ou seja, 90% de tudo o que nos diz respeito como cidadãos segue da mesma forma que sempre foi antes d’As Manifestações de Junho. Mas os arautos da mudança insistem em dizer que tudo mudou. Sequer os black blocs são novidade. Já tive oportunidade de assistir, em Porto Alegre, cenas de depredações e vandalismo muito piores dos que as que hoje acontecem.

Polícia Militar truculenta e que bate e prende manifestantes? Eu já apanhei e fui preso e devidamente “fichado” pela Brigada Militar. Em 1974. Quase 40 anos. Mudou alguma coisa?

Não se iludam com a mídia e com os políticos, sempre vendem gato por lebre…

A Psicologia e a Sociologia devem ter teorias que expliquem essa necessidade do ser humano de, por vezes, saltar para seus extremos. E devem ter algum diagnóstico, também, para os que pensam que esses saltos são definitivos.

Nada mudou e nada irá mudar. Não nos iludamos. Em 2014, tudo continuará como dantes, no quartel de Abrantes. Sempre foi assim. A menos quando…

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoQue me corrijam os estudiosos do comportamento humano e da sociedade brasileira, caso eu esteja errado, mas o período que será conhecido na história do Brasil como “As Manifestações de Junho”, nome que será registrado nos livros de história, em suas próximas edições, não passou de uma breve exaltação...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!