A carta de Temer
Por que escrever em vez de falar?
Porque com uma carta poderia acontecer exatamente o que aconteceu: vazar.
“Verba volant , scripta manent”. As palavras voam, os escritos permanecem.
Uma conversa entre Temer e Dilma dificilmente vazaria ou, no máximo, algumas colocações genéricas sobre o conteúdo da conversa feitas por alguém presente.
O método da carta e seu vazamento cumprem o objetivo desejado por Temer: sabedor de que não há fundamento jurídico para o impeachment e sabedor de que não passaria no Congresso (sequer na comissão que está sendo escolhida), Temer precisava estabelecer, definitivamente, o clima político para o impeachment, que inclusive desviasse a atenção do fato de que ele mesmo assinou várias das pealadas.
E tem pressa, pois sabe que corre risco no TSE.
Tenta se fazer passar por um coitadinho abandonado, fazendo crer que Dilma é a megera da história. Nada disso teria conseguido em uma conversa.
Verdadeiro ou não o que está narrado na carta, o fato é que ao Temer faltou hombridade. Faltou-lhe coragem para encarar a presidenta.
Um covarde. Com ou sem razão, passará para a história como tal.
Mostrou-se indigno do cargo que ocupa. Se um vice-presidente não é capaz de mostrar suas insatisfações diretamente para a presidenta, o que se poderia esperar caso assumisse a presidência?
Todas as cartas, agora, estão postas à mesa. Não há mais blefes.
Tudo se resume claramente a um movimento político. E quando é o político que não aceita o voto, damos a isso o nome de golpe.
E quem apoia golpe, golpista é!
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