Notícia veiculada na página da 15ª Regiao da Procuradoria Regional do Trabalho (Ministério Público do Trabalho), no dia 9 deste mês:
A Justiça do Trabalho de Paulínia concedeu tutela antecipada em favor do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, da Associação de Combate aos Poluentes (ACPO), do Instituto “Barão de Mauá” de Defesa de Vítimas e Consumidores Contra Entes Poluidores e Maus Fornecedores e da Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (Atesq), em ação civil pública ajuizada em face das empresas Shell e Basf, obrigando-as a contratar um plano de saúde vitalício para os ex-funcionários expostos a riscos de contaminação na unidade de fabricação de agrotóxicos, no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia. A decisão se estende para os familiares de empregados, prestadores de serviços e trabalhadores autônomos que se ativaram no local.”
Ainda,
A exposição de seres humanos aos contaminantes presentes no local da fábrica é há anos estudada e está vastamente documentada nos autos do processo por instituições como Unicamp, MPT, Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, Ministério da Saúde, Cut, Cedec, Dieese, Unitrabalho e a empresa holandesa Haskoning/IWACO – a pedido da própria Shell.
Mais, “Consta da decisão a publicidade ao fato por parte das rés, ou seja, Shell e Basf devem anunciar na primeira página dos maiores jornais do país e nas três emissoras de TV de maior audiência, a fim de tornar pública a decisão aos beneficiários, alertando-os sobre seu direito adquirido.”
Palavras da juíza:
é justamente essa irregularidade que se pretende corrigir com a concessão da presente antecipação de tutela que, há tempos, diga-se, já deveria ter sido deferida, mas que ficou no aguardo das tratativas de acordo entabuladas pelas partes, sem êxito, entretanto
No curso desses anos, todos nós, cidadãos, pagamos pelo tratamento que hoje é concedido tão-só pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos trabalhadores contaminados, com as limitações que lhe são inerentes, e que não lhe permitem a realização de exames e de tratamentos necessários à manutenção de um mínimo de bem-estar e dignidade. A conta é quitada pelos cofres públicos, por recursos de cidadãos que não usufruíram dos lucros exorbitantes gerados em favor das rés, durante décadas, inclusive com a fabricação desses produtos que já se sabia tóxicos
Negritos meus. Primeiro, a publicação da decisão. AINDA NÃO VI NADA, nem nos maiores jornais e, sequer, nas três grandes emissoras (Globo, Record e SBT, atualmente). Não se trata de que os jornais e emissoras não queiram. É matéria paga e por obrigação judicial. E na primeira página, não em qualquer cantinho escondido nos cadernos de publicidade ou nas madrugadas televisivas.
Segundo, e o mais importante, é o crime cometido contra todos nós por empresas que se dizem “socialmente responsáveis”, mas que há anos, sem que saibamos, matam seres humanos e a natureza em prol dos seus lucros.
É claro que as empresas vão se safar da divulgação. E por certo tentarão se safar de pagar os planos de saúde pevistos na decisão (ainda em fase de tutela antecipada).
MAS, certamente, NÃO DEIXARÃO DE PUBLICAR SEUS BALANÇOS SOCIAIS onde aparecem como empresas preocupadas com o meio ambiente.
Este é apenas um dos tantos exemplos da piada, cujo título é “Existem empresas social e ambientalmente responsáveis”.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyalimentaçãodenúnciaFaça a sua partenotíciasPara pensarNotícia veiculada na página da 15ª Regiao da Procuradoria Regional do Trabalho (Ministério Público do Trabalho), no dia 9 deste mês: 'A Justiça do Trabalho de Paulínia concedeu tutela antecipada em favor do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, da Associação de Combate aos Poluentes (ACPO), do Instituto 'Barão...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!