Tarefa árdua seguir a todos os anjos do Senhor.

E de um Dele li, hoje, dizer: “Ide e derramai pela terra as sete taças do furor de Deus. O primeiro saiu e derramou sua taça pela terra. E uma úlcera maligna e dolorosa atingiu as pessoas que traziam a marca da Besta e as que adoravam a sua imagem” (Ap, 16:1-2).

“Deuses e demônios” é o título do post do anjo Merval, no jornal O Globo.

Alguém lembra das caminhonetes que chamavam de Besta e das piadinhas com o Lula? Pois é, o anjo Merval resolver trocar a Besta Lula pela Besta Dirceu. Na falta de argumentos (que nunca os teve), derramou sua taça sobre o José Dirceu.

Admite que leu a Bíblia antes de escever o post. Fez apenas uma pequena adaptação: trocou “adoravam” por “seguidores”: “por parte dos seus seguidores”.

Mal, caro anjo, muito mal. Seguidores são os que obedecem ordens, como tu, do teu patrão! E mais, não adoramos, apenas respeitamos a história e a vida das pessoas. E, pasme, também admitimos que sejam humanas e errem. Só na tua cabeça de anjo seguidor do patrão os demônios existem.

O primeiro grande sintoma da auto divindade é não precisar se provar. É partir do pressuposto que o que se diz é a verdade absoluta. “Louvado seja Nosso Senhor que nos ensinou isso”, dizem os empregados do PIG.

O anjo Merval é aluno diligente, aprendeu rapidinho a lição. Tanto que fez uso de uma frase digna do louvor de ser um dos deuses do panteão do PIG:

“Historiadores e intelectuais enviaram mensagens a Maxwell rebatendo a esdrúxula tese.”

Infelizmente sou obrigado a chover no molhado, a, no dizer do poeta gaucho (leia bem, anjo, não coloquei acento), é “reundanciando las vacas que se engrandecen las estancias” (Jose Larralde – “Herencia pa’ un hijo gaucho“): faz crescer as suas vacas sem mostrar qual o touro as monta. Mas nós sabemos qual touro te monta!

Quais historiadores? Quais intelectuais? É tão difícil assim nominar um que seja? Somente um? Um único que possamos verificar se realmente enviaram mensagems? E qual o mail do Maxwell para que possamos, todos nós, ver que ele realmente as recebeu? E o conteúdo?

“Mas Afonso, um texto jornalístico não é uma tese que precisa citar as fontes conforme a ABNT”. OK, não precisa ser conforme a ABNT, mas é preciso, sim, não escrever frases sem qualquer fundamento como essa, digna de auto divindades.

Esse é o modo PIG: sustenta-se em frases de efeito, afirmações da sua prória verdade como dogmas.

Falsidade intelectual. Uma ciência dos auto deuses.

 

 

 

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