7 de setembro, adeus Pátria!
Nascido filho de oficial do Exército, cresci e vivi, dos sete aos vinte e oito anos, no eufemisticamente chamado de regime militar. E fui aluno de colégio militar.
O amor à Pátria, no entanto, não nasce da influência dos militares. Antecede-os. Pertence ao simples existir, ao simples ouvir das palavras pronunciadas pela mãe nos acolhendo no colo ao nascer. A língua, primeiro elemento pátrio que inicia nossa jornada de identificação.
Outros elementos se juntarão à língua com o passar do tempo. E, quiçá, um dos mais importantes, também movidos pelos pais, era assistir ao desfile de 7 de setembro. A data magna do que nos faz brasileiros.
Durante os anos de colégio militar não havia orgulho maior do que desfilar no 7 de setembro. E por muitos anos desfilei. E havia os desfiles da juventude, onde jovens civis, de forma tão linda, se apresentavam em homenagem à Pátria.
Cresci aprendendo que a Pátria é um bem superior a tudo. É o que faz atletas – e nós – chorarem ao subirem um pódio ao som do hino e verem nossa bandeira sendo hasteada. Não é a medalha, é a Pátria. É o que nos faz arrepiar ao dizer, quando em outros países: eu sou do Brasil.
Pátria amada Brasil, diz o nosso hino. Chora a nossa pátria mãe gentil, escreveram a cantaram João Bosco e Aldir Blanc. E choramos todos nós, com as marias e as clarisses. Chora a nossa mãe gentil.
Jogaram tudo no lixo.
Chegamos ao cúmulo de um presidente da República anunciar que fará discurso em apoio às manifestações políticas, em um claro cometimento de ilícito eleitoral, pois evidente o fazer campanha antecipada, tal qual as inventadas motociatas. Sequer os presidentes militares tiveram tamanha desfaçatez.
E ao cúmulo de que a banda oposta também pretende fazer da data motivo de manifestações.
Jamais, em todo meu amor pela Pátria, imaginei que ser tão ignóbil surgiria para desprezar tanto o 7 de setembro. Minha esperança equilibrista já quase não acredita que o show tem que continuar.
Resta chorar…
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