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Que o nível da campanha eleitoral anda baixíssimo todos já esperávamos. E olha que recém começou. E olha que o horário gratuito na televisão e no rádio sequer começou.

[re]Pensando sobre a minha participação nesse processo – mesmo depois de já ter dado a minha contribuição para a baixaria – decidi que, embora os resultados não sejam passíveis de medição imediata, o investimento deve ser feito na educação política e não no fomento de campanhas meramente acusatórias de cunho pessoal.

A participação  política, afinal, não deve se resumir – como sói acontecer – apenas aos tempos de campanha,  mais ainda de quatro em quatro anos, que é quando as eleições para presidente e governador acontecem. As demais são ofuscadas, como se não importassem os senadores, deputados federais ou estaduais que escolhemos. O mesmo ocorre quando da eleição para prefeito: pouco nos importamos com os vereadores.

Temos o hábito (sem generalizar no sujeito, claro) de supervalorizar os cargos executivos em detrimento dos legislativos. Esquecemos que do formato da República que adotamos, com três poderes, resulta a sociedade política que somos. com mais mazelas do que virtudes.

Daí deriva, também, que há pouca, ou quase nenhuma, compreensão, por parte da maioria das pessoas, dos processos que modernamente chamamos de governabilidade.

Na realidade, só para resumir, conseguimos jogar o pai da criança – Montesquieu – na lata do lixo da história. Transformamos três poderes em apenas um: o Brasil é um país do Poder Executivo.

O Poder Legislativo não faz leis, faz apenas política partidária com vistas aos cargos executivos. Isso quando não vive de investir-se no papel de polícia do Poder Executivo. Legislativos, país afora, vivem mais de CPI’s do que de fazer leis; vivem mais de negociar apoios do que de fazer leis; vivem mais da sustentabilidade dos seus partidos do que da sustentabilidade da sociedade.

O Poder Judiciário avocou para si, também, o papel de ente político. Junto ao Poder Judiciário, as instituições constitucionalmente chamadas de “funções essenciais”, fazem o mesmo papel ao avocarem o papel de “fomentadores de políticas públicas”. Mais uma vez o foco é o executivo. Se o Poder Executivo não faz, nós, como defensores da sociedade, devemos cobrar que ele faça.

Tenho que este é o ponto focal de tudo: como o Poder Executivo é o poder de um, tudo se resume a atacar um. Ou vários, quando são candidatos.

Prato feito para a baixaria das campanhas. Ou, o que é pior, prato feito para a hipocrisia dos financiamentos de campanha.

E aí entramos no tema do único poder real, que, apesar de ser adjetivado como “econômico”, tem sido o único poder que realmente consegue determinar quem deveria comandar o poder formal no Brasil.

Finalizando, e já deixando o gancho para a sequência da série, a escolha que faremos na próxima eleição resume-se a: a que poder econômico daremos o poder de nos representar?

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoQue o nível da campanha eleitoral anda baixíssimo todos já esperávamos. E olha que recém começou. E olha que o horário gratuito na televisão e no rádio sequer começou. Pensando sobre a minha participação nesse processo - mesmo depois de já ter dado a minha contribuição para a baixaria - decidi...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!